Não compete o direito de julgar ninguém, ser pai independe da orientação sexual e é justamente este princípio básico de argumentação do filme Baby Love. A trajetória foca em Emmanuel, pediatra conceituado e que decide ser pai. O conflito? Por ser homossexual, não ter incentivo de seu próprio namorado Philippe e muito menos obter sucesso em suas tentativas de adoção - tudo é um grande obstáculo para realização de seu sonho. Aflito, desesperado e ansioso por um filho: Emannuel tem a decepção de ser renegado pelo próprio namorado, em função de suas vontades: a urgência em ser pai acaba por afastar Philippe que nem quer pensar no assunto. É interessante observar Emmanuel proferir ao namorado Philippe que está cansado de uma relação firmada somente em sexo. Afinal, existe muito mais e amor não é só desejo. É aí que surge Josefina, uma estudante peruana, altamente carente, que inesperadamente torna-se amiga de Emmanuel. Seria ela a solução para seus problemas? É nela que ele vê uma saída: Josefina poderia ser a mãe de aluguel, ajudá-lo nesta empreitada. Para tanto, ela precisaria estar disposta a engravidar. Eis o abalo: diante da impossibilidade de adoção na França a casais homossexuais - ainda que possua todas as condições materiais, morais, psicológicas para isso -, Emmanuel até tenta lograr a justiça, chegando até fingir que é hetero, durante uma visita de uma assistente social. Mas é na moça sensível, na nova amiga, que ele firma sua esperança em ter seu desejo concedido. Mãe de aluguel? Ela aceita gerar a criança e contrai um casamento de conveniência.
O filme francês dirigido e roteirizado por Vincent Garenq é realista, trata de maneira sensível a questão da paternidade homossexual e traça a motivação de muitos gays em ter um filho. É este contexto da temática dos direitos civis dos gays que o diretor traz à tona: qual sentido de núcleo familiar pra uma criança? A sexualidade deve ser considerada com que critério? Emmanuel deseja incondicionalmente ter um filho, biológico ou adotado. E essa vontade independe do fato de o casal se hetero ou homo.
O roteiro foca a algumas problemáticas: a dificuldade de um casal gay poder adotar uma criança, os preconceitos velados, o direito a ter um filho ainda que sua sexualidade impossibilite. A França é um belo país de paradoxos. O aborto é legalizado e acessível, mas um casal de homossexuais, mesmo que dentro de uma boa união estável e financeiramente eficiente, não pode adotar uma criança? O longa serve de reflexão sobre a arte da paternidade, afinal para ser pai independe da orientação sexual comum a todos. O que é ser comum na sociedade em que se vive? Há uma preocupação em mostrar mais o cotidiano gay sem vícios de estereótipos e sem promiscuidade, concebe assim um retrato mais versátil verdadeiro sobre uma situação: todo ser humano tem seus direitos, verdades e motivos. Todo homossexual merece ser respeitado com sua integridade.
O filme é firmado em atuações naturais de Lambert Wilson, Pascal Elbé e na intensidade emotiva de Pilar López de Ayala como a contextualização do heterossexual no filme: sua Josefina demonstra a fragilidade feminina, pois se apaixona pelo amigo gay. O destino pode mudar? É nítido o amor de Emmanuel com Philippe; Josefina é a vértice do triângulo em desajuste. Como superar esse entrave na relação? É um enredo sábio, suficiente para ir além do gueto, pois naturaliza vivências reais. Em tempos que se priorizam o casamento gay, é importante também a necessidade de conquista de outros direitos, como o da formação de família. E no mundo tão carente, é incompreensível observar como leis ultrapassadas ainda podem impedir que o afeto da amorosidade chegue a quem mais necessite. O respeito está além da religião, sexualidade ou classe social.
O filme francês dirigido e roteirizado por Vincent Garenq é realista, trata de maneira sensível a questão da paternidade homossexual e traça a motivação de muitos gays em ter um filho. É este contexto da temática dos direitos civis dos gays que o diretor traz à tona: qual sentido de núcleo familiar pra uma criança? A sexualidade deve ser considerada com que critério? Emmanuel deseja incondicionalmente ter um filho, biológico ou adotado. E essa vontade independe do fato de o casal se hetero ou homo.
O roteiro foca a algumas problemáticas: a dificuldade de um casal gay poder adotar uma criança, os preconceitos velados, o direito a ter um filho ainda que sua sexualidade impossibilite. A França é um belo país de paradoxos. O aborto é legalizado e acessível, mas um casal de homossexuais, mesmo que dentro de uma boa união estável e financeiramente eficiente, não pode adotar uma criança? O longa serve de reflexão sobre a arte da paternidade, afinal para ser pai independe da orientação sexual comum a todos. O que é ser comum na sociedade em que se vive? Há uma preocupação em mostrar mais o cotidiano gay sem vícios de estereótipos e sem promiscuidade, concebe assim um retrato mais versátil verdadeiro sobre uma situação: todo ser humano tem seus direitos, verdades e motivos. Todo homossexual merece ser respeitado com sua integridade.
O filme é firmado em atuações naturais de Lambert Wilson, Pascal Elbé e na intensidade emotiva de Pilar López de Ayala como a contextualização do heterossexual no filme: sua Josefina demonstra a fragilidade feminina, pois se apaixona pelo amigo gay. O destino pode mudar? É nítido o amor de Emmanuel com Philippe; Josefina é a vértice do triângulo em desajuste. Como superar esse entrave na relação? É um enredo sábio, suficiente para ir além do gueto, pois naturaliza vivências reais. Em tempos que se priorizam o casamento gay, é importante também a necessidade de conquista de outros direitos, como o da formação de família. E no mundo tão carente, é incompreensível observar como leis ultrapassadas ainda podem impedir que o afeto da amorosidade chegue a quem mais necessite. O respeito está além da religião, sexualidade ou classe social.
29 opinaram | apimente também!:
Oi Cristiano, Tudo bem?
Não conheço este filme, mas obrigada pela dica! Este é um tema complexo, não pelo preconceito em si da sociedade contra o homossexual adotar ou ter um filho, mas pela polêmica quanto às referências pai e mãe à uma criança as quais são mais profundas porque a maternidade e a paternidade não são excludentes, elas se complementam.
Sou contra barrigas de aluguel porque concordo que quem gera tem que educar e amar. Respeito a maternidade e o dom de dar à luz de uma mulher, logo acho barrigas de aluguel algo muito frio. E quem não pode segurar uma gravidez, há a possibilidade de adoção.
Por outro lado, respeito e amo atitudes amorosas de adoção de crianças. As crianças estão aí para serem adotadas e amadas!
Amor não tem gênero, nem a quem dá e nem a quem recebe, mas há quem diga que maternidade e paternidade tem gênero e a controvérsia é criada. Preciso assistir a este filme para elaborar meus pensamentos, mas acredito que à medida que a homofobia básica seja vencida, temas desta natureza de maternidade e paternidade entre casais homossexuais com um novo formato de família se desenvolverão na luta e conquista por direitos iguais.(Acho que isso já está acontecendo, eventualmente surge alguma reportagem sobre este tema e me parece que há casais homossexuais que já conseguiram ter filhos).
Bjs!
Penso que o problema reside em as pessoas frequentemente associarem homossexulidade, com pedofilia! Temem que as crianças adoptadas, possam vir a sofrer certos abusos sexuais! Depois também há o factor social! Perguntam ao miúdo na escola: _ Quem é a tua mãe?
Ao que ele responde " Tenho dois pais!" As crianças sabem ser cruéis mais do que ninguém, quando querem! Esta criança seria alvo de chacota, por muitos desses miúdos! Aliado a isto tudo, ainda há o factor de moldar a personalidade da criança!É benigno ter influência de dois sexos diferentes enquanto vai crescendo e amadurecendo!Senão Deus não teria criado a mulher e o homem!
Por isto tudo, penso que realmente é muito discutível a adopção por parte de pessoas homossexuais, apesar de acreditar que muitos os amariam mais que os próprios pais!
Cris,
Agora, de manhã, levei outro susto quando acordei e resolvi abrir o blog. Preciso te confessar: achei tão bonito ver a foto justamente aqui. Agora já entrou pra história do Apimentário. Tô muito feliz, sério. E por falar nisso... como e pq estou como um pressentimento que foi você que fez hein hein?? kkkkk Essas bordinhas com os pingos de tinta em vermelho, haha. Humm... A, e antes que eu esqueça... mudou o contador, eu vi faz um ou dois dias, rs.
É tão engraçado e bom ver as idéias que você teve do filme, concordo em cada detalhezinho do que tá escrito. Então já falo logo no topo do comentário Parabéns! [e obrigado também]. Eu adoro o longa e agora já posso considerar o dvd na sessão do "apimentador" lembra? ~~ Parece ser todo bem feitinho e acima de tudo cabível. As cenas todas parecem ter uma pureza, uma doçura, achei excelente. Revela um Lambert não personagem, mas humano e próximo, mesmo com o ritmo acelerado e em momentos cômico. Não poderia ser outro trio, tinha que ser esse e ponto. Não é?
Adorei saber que você captou a idéia de mostrarem mais o cotidiano e se livrar de estereótipos. E não só os estereótipos fisicos, mas como disse aqueles em pode entrar a promiscuidade e etc. E o jornalismo sem censura do blog em alta haha -- belo país de paradoxos. Pois é! Belo país! E belos "países" mundo a fora também. Outra vez cai na alienação, não sabia bem disso, ou se sabia e já estudei já nem me lembrava mais. Achei horrível a situação do personagem do Lambert durante a visita social, é indigante. A penúltima frase do post tá perfeita. Perfeita. E o respeito está além dos três pilares que você colocou no final mas infelizmente não funciona nada se a ridícula ignorância que assola muita gente ainda permancer.
Adorei mesmo o post, e não esperava que fosse tão rápido!
Abraço meu Amigo ^^
De fato o filme parece ser bastante crítico em relação a sociedade! Porém quando se trabalha com questões que mechem nas feridas da sociedade corre-se o risco de ser nal interpretado!
Conceitos como família, orientação sexual, amor e tantos outros ainda precisam ser mais discutidos em nossa sociedade hipócrita que não aceita o que já existe e exerce grande coersão nas escolhas do indivíduo!
Muito legal teu blog. É ruim quando dizem isto, parece que a pessoa não tem mais nada pra falar, mas como tem um bom tempo que não passo por aqui, acho que convém dizer: é legal mesmo!
me pareceu bem interessante, mas um tanto quanto irreal!
quero conferir!
Valeu pela indicação!
Portugal atravessa um período conturbado, nomeadamente nessa matéria. Foi aprovado o casamento há semanas, mas não a adopção. Vamos ver o que o Presidente diz, o que os tribunais constitucionais dizem... eu ainda tenho esperança que a lei seja reformulada, em nome de uma sociedade melhor.
O filme não o conheço, mas o tema é por demais pertinente e actual.
Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Nunca ouvi falar, mas adoro muito o tema.
Sem dúvida, parece ser um filme bastante interessante. A sociedade hoje traz à luz suas discussões mais polêmicas. A arte é uma maneira colocá-las em pauta, forçando todos a refletir sobre.
A conquista de mais valores, além do casamento homossexual realmente é algo que deve ser discutido e elaborado nas mais diversas culturas.
Excelente sugestão!
Abraços
Me sinto triste quando entro aqui algumas vezes e vejo que tem filme que nunca ouvi falar...
assisti ... realmente imperdível ... como vc destaca, um filme que vai além dos guetos e naturaliza vivências reais ...
bjux
;-)
todo tipo de adoção pra mim é complicado. mas claro. no fim o amor deve prevalecer.
ainda vou tomar coragem e t pedir uma lista d filmes prum final d semana prolongado.
suas críticas são maravilhosas.
abçs...
Queria começar falando sobre o filme, mas vou ma ater a algo que considero mais interessante: sua resenha. Gostei bastante dela, bastante jornalística, com efeitos certos, boa análise com a densidade correta de questionamentos e acerta não somente ao discorrer sobre a análise do filme como também propor reflexões a respeito do tema.
Já sobre o filme, eu nunca vi. Nem seuqer ouvi falar. Mas penso que essa temática seja mesmo muito boa e renda bons argumentos que façam com que essa proposta seja mesmo dilacerada em vertentes inúmeras. Essa é uma situação-problema que tem rendido bons debates e que está a caminho de ser resolvida. Há, claro, vários prós e vários contras, mas decerto a sociedade se ajustará de alguma forma às futuras decisões...
Duvido que encontraria o filme por cá, em alguma locadora. Se eu o encontrar, porém, vou vê-lo.
Oi Cris!
A temática do filme é ótima!
Assunto polêmico e delicado.
Vou ver se consigo ver o filme...
Bom finde!
Abraço!
Olá, estava passeando por alguns blogs e vim conhecer o seu tb!
Poxa, ótima dica de filme, realmente nos dias atuais não devem mais existir críticas ou julgamentos... é um assunto delicado, com certeza.
Adorei os posts!
Vou seguir aqui!
Bom final de semana!
Beeeijos
Essa discussão me lembra uma discussão na qual me envolvi uma vez, justamente sobre a questão da adoção de crianças por casais homossexuais. Eu sou meio radical nesse ponto. Homofobia para mim é crime. Ponto. Impedir que qualquer pessoa, por ser homossexual, exerça qualquer atividade ou ação que um heterossexual pode exercer normalmente, para mim, também é crime. É homofobia.
"Ah, mas e a mente da criança, como vai ficar? Ela vai ter 2 pais? Ou 2 mães? Como ela vai ser tratada pelos amigos de escola?"
Pois bem. Se esse tipo de pensamento continuar, mudanças nunca ocorrerão. É o tipo de visão conformista, daquelas que dizem "as pessoas não vão entender, são preconceituosas mesmo, então não adianta tentar mudar", que muitas vezes é quase tão ruim quanto o preconceito em si.
Sobre o filme BABY LOVE, ainda não vi, mas agora me interessei. Está na minha lista.
Parece ser um bom filme, e o tema é daqueles que qualquer um que tente opinar, acaba botando mais lenha na fogueira!!
Por isso eu não opino!! Só posso dizer que a resenha está ótima!!
E traga mais assuntos como esse. Apesar de não comentar, gosto de ver a opinião dos outros!
Abraço
*vc é um menino muito sábio
*vc tem um enorme intelecto em pele de ninfeto.
*entre os menores vc se sobressai como o melhor
*hm.
*ai eu me lembro
*ele tem 25 anos
*sabe mto bem o q faz
ta bom?
Olá Cristiano, obrigado pela visita a meu blog, vejo que o seu é bem interessante, parabéns pelo mesmo.
Abraços
Quero demais ver esse filme!!!
Cris,
VOU DEIXAR CLARO NA FONTE FIXA:
"VALEU PELA DICA." RS!
Pois, vc sabe, não assisti este filme ainda. O Paulo me apresentou o argumento e achei a premissa interessante. Visto que só vi o trailer dele pelo 'They Watch Us'. Enfim..vou acabar baixando, rs!
O Paulo e vc são os únicos a comentar deste filme e são os responsáveis pela primeira referência que tive dele, e olha que, ambos me deixaram curiosos. O Paulo por sua indiscutível abordagem do produto e vc por sua calorosa crítica sexual.
Vc foi fundo no assunto e abriu parênteses para discusões. Achei ótimo!
Mas ainda preciso conferir 'Baby Love', não posso dizer nada da obra.
Thanks again!
Abs!
o filme parece lindo , gostaria de velo
Não vi o filme ainda, mas a temática é controversa. Por um lado, não podemos cercear as crianças que lotam instituiçõs de acolhimento, do privilégio de ser adotadas. Nem aos pretensos pais homossexuais ou não, o direito de adotar. Em contrapartida, é notório que a maioria dos relacionamentos homoafetivos não está, em via de regra, baseado em afetividade. O impacto disso para uma criança carente de atenção, rotina e disciplina familiar, pode ser desastroso. A princípio, e particularmente, acredito no direito igualitário, na medida de nossas desigualdades, e que ele deve ser exercido para a adoção, idependente de orientação sexual. Mas condenaria a adoção de qualquer criança por um casal homossexual que eu conheça, simplesmente por não exergar neles a capacidade de criar uma criança como uma família.
Realmente é um assunto muito complicado mesmo. Eu por exemplo sonho em ter um filho MEU.Ainda não sei como mas tenho q encontrar um caminho. Acredito que o mais complicado é ensinar a este filho que eu não sou como os outros pais, mas nem por isso deixarei de ser um pai.
Abraços Cris.
Dand.
Parece um filme interessante. Sobre a paternidade "gay" fica aqui a minha sugestão: http://www.imdb.com/title/tt0910847/
Abraço
Achei um filme de leveza surpreendente para um tema ainda revestido de tabus. Seu texto vai ao encontro de minha percepção.
Grande abraço!
.
Baby Love me motivou ainda mais num dos meus sonhos, ao menos é um dos que não me bocotei e luto para que eu e muitos outros Emmanuel's possam realizar seus sonhos!
P.S. Roubei a img de Pornography do Cure daqui!rss
Não assiste o filme mas o tema me interessa e muito! È natual de qualquer ser querer ter filhos e pq o gay não pode? Esse tabu tem que ser quebrado.
Excelente texto!
belo texto, como sempre. esse filme é muito bom e todos deviam vê-lo pra ver se quebram um pouco os paradigmas.
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