O curta metragem brasileiro Café com leite, dirigido por Daniel Ribeiro é extremamente simples: contudo, cativa de maneira eficaz pela naturalidade proposta. O enredo foca no casal de namorados Danilo e Marcos: ambos vivem imersos em amor condensado em sexo, sintonia e fidelidade. Ambos atingem a maturidade no relacionamento. Quando o fotógrafo Danilo decide sair da casa dos pais para fidelizar compromisso com o namorado, eis que subitamente a tragédia: seus pais morrem num acidente de carro. Como se não bastasse tamanha reviravolta emocional, Danilo torna-se o único responsável pelo seu irmão caçula, Lucas. O curta foca nessa sutil problemática: como lidar com o inesperado? Como manter um desejo no namoro? Danilo preocupa-se em cuidar do pequeno irmão e ainda tem que promover articulações para sustentar seu relacionamento- já que este expressa carência afetiva e sexual. Então, novos laços são recriados e o cotidiano se transforma: Danilo convida Marcos a dividir seu apartamento em companhia do menino. Enquanto os irmãos tentam driblar a própria vivência de um para o outro, Marcos tenta encontrar seu sentido dentro daquela nova relação estrutural familiar. O pequeno Lucas é esperto, mas sensível e logo percebe que seu irmão mais velho é homossexual.
O diretor Daniel Ribeiro em tão poucos minutos recria um universo brasileiro, os diálogos parecem improvisados e são naturalizados pelos atores à vontade com a câmera observadora. Observamos o dia a dia dos três, a relação de família que se configura: Seriam Danilo e Marcos os pais educacionais do menino Lucas? Como sustentar essa adoção? Todo casal gay merece adotar um filho - será que os namorados estão cientes do novo encargo? Haja vista que tudo não foi premeditado, as circunstâncias do destino, apenas.
Sem maniqueísmo, o discurso do filme é abraçar e comprometer-se com delicadas questões da adoção gay, direitos à união civil homossexual - ainda que tão rapidamente, há esse discurso subliminar, essencialmente humanista. O curioso é que a figura da criança determina abalos no relacionamento do casal - o menino, por vezes, inclusive, parece mais maduro que o irmão em algumas situações. Apesar de nítidas dificuldades, o que poderia ter se evidenciado um fardo, traz à tona admiráveis e profundos sentimentos humanos: altruísmo, confiança, solidariedade e, acima de tudo, a dedicação da amorosidade. Relações ternas, intensas dos três - sem ser piegas. E
m Café com Leite, a pureza e a ternura emergem da dor, ilustrada no ícone maternal do copo de leite, surgindo como remédio e alento para o coração. Este drama soft gay desvia de polêmicas e mira exatamente no afeto humano. É cativante a maneira como o cinema queer consegue se recriar fora do espaço underground e corteja seu próprio espaço no mainstream. Daniel Tavares e Diego Torraca são íntimos e têm química interpretando o casal e Eduardo Melo, o pequeno Lucas, demonstra talento e se destaca na produção. O curta foi recentemente premiado com o Urso de Cristal no 58º Festival Internacional de Cinema de Berlim. Ganhou menção honrosa na categoria curta-metragem de ficção do Festival de Cartagena, na Colômbia, além de presença nos principais festivais nacionais e internacionais de cinema. Um curta tão interessante merecia ter maior tempo de duração – tudo que é bom dura pouco.
O diretor Daniel Ribeiro em tão poucos minutos recria um universo brasileiro, os diálogos parecem improvisados e são naturalizados pelos atores à vontade com a câmera observadora. Observamos o dia a dia dos três, a relação de família que se configura: Seriam Danilo e Marcos os pais educacionais do menino Lucas? Como sustentar essa adoção? Todo casal gay merece adotar um filho - será que os namorados estão cientes do novo encargo? Haja vista que tudo não foi premeditado, as circunstâncias do destino, apenas.
Sem maniqueísmo, o discurso do filme é abraçar e comprometer-se com delicadas questões da adoção gay, direitos à união civil homossexual - ainda que tão rapidamente, há esse discurso subliminar, essencialmente humanista. O curioso é que a figura da criança determina abalos no relacionamento do casal - o menino, por vezes, inclusive, parece mais maduro que o irmão em algumas situações. Apesar de nítidas dificuldades, o que poderia ter se evidenciado um fardo, traz à tona admiráveis e profundos sentimentos humanos: altruísmo, confiança, solidariedade e, acima de tudo, a dedicação da amorosidade. Relações ternas, intensas dos três - sem ser piegas. E
m Café com Leite, a pureza e a ternura emergem da dor, ilustrada no ícone maternal do copo de leite, surgindo como remédio e alento para o coração. Este drama soft gay desvia de polêmicas e mira exatamente no afeto humano. É cativante a maneira como o cinema queer consegue se recriar fora do espaço underground e corteja seu próprio espaço no mainstream. Daniel Tavares e Diego Torraca são íntimos e têm química interpretando o casal e Eduardo Melo, o pequeno Lucas, demonstra talento e se destaca na produção. O curta foi recentemente premiado com o Urso de Cristal no 58º Festival Internacional de Cinema de Berlim. Ganhou menção honrosa na categoria curta-metragem de ficção do Festival de Cartagena, na Colômbia, além de presença nos principais festivais nacionais e internacionais de cinema. Um curta tão interessante merecia ter maior tempo de duração – tudo que é bom dura pouco.
23 opinaram | apimente também!:
mais uma dica anotada
Nunca tinha ouvido falar desse filme, mas seu texto me deixou interessada na obra.
Ei!
Vim te ler e
te dizer que estou postando
Vim te ler e
te dizer que estou postando
um argumento novo
mas so que nesse endereço
por uns tempos.
Passa la?http://meusreflexoscontostextoseafins.blogspot.com/
Te espero.
Bjins entre sonhos e delírios
Lá vem vc de novo com esses filmes difícies de encontrar.... Adorei o texto e fiquei muito a fim de assistir. Manda pra mim hehehe
Ah, meu blog elegeu o teu como VIP... Não sei direito como funciona, mas tinha que indicar alguns blogs interessantes... vc tem que passar lá no blog pra pegar o selo... pelo menos foi isso que me instruiu a amiga que indicou o meu hehe.
Grande beijo.
Com certeza é interessante! E já não é a primeira vez que me surpreendo com as postagens deste blog.
Confesso também nunca ter ouvido falar deste filme.
sempre tive curiosidade de ver esse filme. será que agora eu faço isso? adoro vir aqui pra ler coisinhas!
beijos!
Quanta história pra um curta.... Mas achei uma história curiosa, interessante e talvez sustentaria um longa, mas quem sou eu pra falar isso, no fundo o diretor sabe o que fez. Bjss
eae cara opaa boa volta...
curti esse esquema de tu divulgar outros sites ai em baixo...entrei no do james dean ahsuhausa
volte sempre
Muito legal,
assisti este CM via e-mail, recebi da compania intinerante de vídeo da Laís Bodanski.
Primeira crítica que leio sobre.
Ótimo.
Abs!
vi esse curta há qse dois anos se não me engano. é uma grande história. muito bom ver vc usando o seu espaço para divulgá-lo.
um abraço!
Também vi esse curta.
Achei realmente 'soft' no melhor sentido da palavra.
Uma optica bem diferente das normalmente abordadas.
Essas tuas criticas são mesmo como autópsias de filmes, livros e afins!
É muito bom ter esse aprofundamento, já que a correria as vezes nos cega!
Abs!
um dos melhores curtas com temática gay que já assisti ... simples, sensível e objetivo ... adorei ...
bjux
;-)
Para quem deseja assistir ao filme, eis o link:
http://www.youtube.com/watch?v=qjYyARmnIq0
Abração.
Assisti no Festival do Rio e lembro que o curta era muito mais bacana do que o filme que ele antecedia (que eu não lembro qual era, o que só ajuda a validar meu comentário, eheheh).
Impressionante, a grande imprenssa quase não divulga esses filmes, é um absurdo~!
obs: Não achei um lugar pra t seguir, então favoritei akskaskakska
Maravilhoso! Preciso assistir a este filme o mais rápido possível. Seu texto ficou perfeito!
Cara, sabe aquele programa da TV Cultuta, o "Zoom" ( programa de cinema, que é exibido todo Sabado as 10:30 na cultura, muito massa ! ), e toda semana passa um curta metragem, e acho que a um mês atras passou 'Café com Leite", não consegui ver tudo, pq acabei dormindo, mais o pouco que vi, deu pra perceber que merecia ter mais 1 hora pra virar um filme !
Cris,
hey mon ami, sorry, falta minha eu não ter vindo aqui ler esse antes... e sabe que ler um atrás do outro seu não é chato naun? esquisito. confesso que uma partezinha de mim achou que talvez poderia me dar preguiça. Mas.. não.. rs. É, eu sei, nem devia falar isso, rs, mas.. prontofalei. E não deu preguiça.
Nunca ouvi falar desse curta. Pergunta básica: onde acha pra download?? Vou aproveitar o que o Clênio escreveu ai e dizer o mesmo: Manda pra mim =P
O mais engraçado de tudo foi que o caçula acabou sendo como um filho pelo que vc disse ai. Ironicamente. Se fosse um filho por papeladas teria diferença? Eu realmente acho que a adoção por parte de pais homossexuais que queiram mesmo e tenham condição é um passo que pode fazer algo com o preconceito. Seja qual for o resultado. Só assim, mudando a estrutura da sociedade de forma concreta. Crescemos em um ambiente que diz que o correto é só tal coisa e ponto. Mas... e se o ambiente for outro? Mesmo que o caráter não seja moldado pelo meio. Ahh.. sei lá, acho que entendeu um pouco do que eu quis dizer né?
Sei lá, se for o tanto bacana quanto o pôster que botou ai for... já tá valendo. É bom ver o cinema queer, como vc disse, adquirindo essas proporções, mesmo que for um curta e tal.
Mas sério mesmo, eu quero saber. quando for autorizar ai o comentário não esquece de me contar qndo e como foi que viu???
Abração meu Amigo ^^
Cara, tava um dia passando canal por canal na tv, e por acaso vi esse filme passando. Adorei ao máximo. Valeu a pena.
Oi, Cristiano. Obrigado pela visita ao meu blog. O seu é show e virei fã.
Sobre esse filme, "Café com Leite", só posso dizer que adorei. Também queria que fosse mais longo.
Abraço.
Acabei de ver o curta e achei muito bacana, simples e poético. Abraço.
no atual contexto qualquer coisa feita com a temática gay tenderá a ser aplaudida, ainda não nos demos conta mas a indústria cultural tem conspirado a favor disso... quanto ao curta, eu achei ele meio raso, tirando a ousadia não vejo nada de tão excepcional nas atuações... sinceramente nem sei se renderia um longa...
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