O mundo contemporâneo se embruteceu tanto devido à agressões sexuais, violências pervertidas, estupros desmedidos que o senso de escândalo parece ter se esvaído. Talvez, seja um dos motivos pelos quais consideram o filme O Último Tango em Paris menos forte que no período de lançamento. Contudo, o trabalho concebido pelo diretor Bernardo Bertolucci não deve ser esquecido: trata-se de um grande filme erótico-reflexivo, denso pela carga libidinosa que externa com grande maestria. Um belo representante cinematográfico da depravação exposta. Penetrante, sensual e orgástico filme mais controverso. O foco centra-se em duas pessoas que se esbarram pelo acaso do destino: Paul (Marlon Brando) é um empresário americano quarentão que vive em Paris, marcado pelo recente suicídio da esposa, jamais consegue se desvencilhar da dor que o consome diariamente. Como esquecer as dores que atormentam a alma? Ele se vê sem chão, sua alma devastada amargurada. Como se recuperar do choque? Casualmente, conhece Jeanne (Maria Schneider), uma parisiense de apenas 20 anos. O acaso trata de providenciar o impulso: ambos procuravam um apartamento para alugar - por destino, o mesmo. Imediatamente, ambos desconhecidos e de vidas tão opostas, permitem-se a um desejo irrefreável. A trama ferve com o erotismo idealizado pelas próprias fantasias secretas de Bertolucci: o casal passa a ter um caso segredado com muita libido, paixão tortuosa por uma súbita necessidade de prazer a dois. Sexo por sexo, fervura erótica.
John e Jeanne evitam os nomes, preferem se predestinar ao contato sexual e as peripécias do gozo incondicional - mas, evitam dizer os nomes de cada um, bem como não conversam sobre suas vidas individuais. Dentro do quarto, tudo é permissível, os desejos são expostos com muita fúria - perdem a identidade e renascem? A fúria carnal com laivos de sadomasoquismo caracteriza a animalesca relação. De fato, nas transas diárias eles mantêm um forte elo. Química sexual, práticas de orgasmos e penetrações tornam-se a própria fuga da realidade. Eis que transformam o acaso em destino sexual. É um homem e uma mulher, é macho e fêmea, unidos para a satisfação da carne que pede o prazer - gemidos, seduções e brincadeiras perversas que tanto evocam o orgasmo. Imersos no apartamento, as fantasias são reais - o mundo torna-se menos vazio? Talvez, o sexo atenue as dores individuais de ambos. Incapazes de romper o forte laço sexualizado, arrebatados pela dança carnal frenética, esses dois amantes representam a busca pela satisfação carnal e o senso libertário tão ansiado pelo ser humano. Nota-se que a paixão nasce, ainda que ambos tentem se desvencilhar, inicialmente. Porém, tudo foge do controle de ambos.
Jeanne é a típica mulher liberal, espécie de ninfeta sensual que se permite aos comandos libidinosos de um homem mais amadurecido pela vida. Ela se comporta com uma malícia quase pueril. Excita ser direcionada por alguém que a comande sexualmente? Ela anseia o homem misterioso que dialoga - ainda que pouco - com ela sobre a vida, que a ensina a prática do sexo ousado e que a conduz num tórrido romance de tesão. A teia do jogo sexual pode ser perigosa? Dentro do apartamento, ela renasce uma nova mulher - esquece-se das preocupações do mundo, das responsabilidades e trai o marido (Jean-Pierre Léaud) que não parece adequar-se a sua realidade. O sexo funciona como uma válvula de escape, um impulso contra a mesmice, uma transgressão gostosa a ser exercida. Afinal, o que é proibido é mais prazeroso. Paul, ao contrário da verve comportamental passional da amante, utiliza de seus dons pervertidos para satisfazer sua necessidade de prazer - há também nele uma busca pela fuga, quer atenuar sua dor visto que sofre com a perda da esposa. Evita saber o nome de Jeanne, pois acredita que o conhecimento do nome traga maior envolvimento com a trajetória da garota. Afinal, um nome traz toda uma carga histórica sobre o indivíduo, agrega valores pessoais sobre a pessoa com a qual se relaciona. Pois, então, esses dois transam e são consumidos pela vocação da libertinagem entre quatro paredes. Estes dois indivíduos são artificios de um roteiro que prioriza uma análise sobre os anseios, contradições e perversões humanas sexuais. Duas pessoas, sem reminiscências, apenas o sexo como força provocadora. É nítido que ambos recebem e concebem o prazer que servem de sinônimo de aprendizado - a vida torna-se menos dolorosa, há esperança. Fora o sexo que serve de pauta para o mote do filme, há embutido um olhar melancólico sobre duas pessoas desesperadas pela salvação. O sexo pode levar à plenitude da felicidade? Profundamente triste, do encontro vazio de dois seres humanos em desespero, o sexo como uma tentativa inútil de lidar com o passado.
O frisson deste cult íntimo thriller erótico evidencia-se nas cenas de sexo de ambos. Há nudez sensual de Schneider, constante. Insinuações de frases perversas proferidas por Brando, como cenas de penetração ardente, ainda que cuidadosa (a primeira transa dos dois é intensa, crua). Há a imortal sequência onde Paul usa a manteiga para lubrificar e praticar o sexo anal (sodomia) violentamente com Jeanne - inclusive, há versões do filme que esta cena teve que ser censurada tamanha polêmica. A cena assemelha-se a um estupro, torna-se mais tensa pela maneira como é expressa - Paul, enquanto penetra o ânus da garota, pede que ela o deixe mais excitado, profanando palavrões e repetindo mensagens religiosas que ele a direciona. Seria um fetiche? Havia uma relação de dor, prazer, sentimento e até ódio neste casal que desmistifica o senso de privações da libido, servem de expressão para a quebra dos tabus sociais. O senso de instituição moral é colocado à prova, talvez ridicularizada e tudo é questionado. O sexo seria criador de vínculos entre eles e estabelecimento contra a convenção social? E também um movimento contra à rigidez da sociedade contra os indivíduos? O cuidado da direção de Bertolucci centra-se nesses questionamentos, ainda que as cenas sejam realistas e ousadas, não há conceito de vulgaridade - tudo é bem pensado, plástico. O diretor versa sobre a dor, sobre o peso da existência e sobre a sexualidade acima das relações. Aonde ninguém se conhece, ninguém tem obrigações. Há diálogos existenciais, profundos, que exercem tons carnais tangíveis. A trilha sonora caliente de Gato Barbieri tonifica-se como uma moldura emocional, maestria sofisticada do erotismo melodramático em acordes do tango-jazz estilizado. O recurso técnico encontra cores, contornos e adornos precisos pela alaranjada fotografia excepcional de Vittorio Storaro que revigoriza o filme - cores quentes denunciam o teores orgásticos que simbolizam os amantes em cena. O dom subversivo imagético proposto por Bertolucci destina-se ao misto da elegância, da obscenidade estrutural, explora bem a sensualidade corporal dos atores em cena na composição dos planos objetivos. Puro charme cinematográfico que atua como crítica à humanidade. Eis uma tragédia erótica que deve ser vivenciada, uma obra de arte que é capaz de tirar qualquer um do estado catatônico.
John e Jeanne evitam os nomes, preferem se predestinar ao contato sexual e as peripécias do gozo incondicional - mas, evitam dizer os nomes de cada um, bem como não conversam sobre suas vidas individuais. Dentro do quarto, tudo é permissível, os desejos são expostos com muita fúria - perdem a identidade e renascem? A fúria carnal com laivos de sadomasoquismo caracteriza a animalesca relação. De fato, nas transas diárias eles mantêm um forte elo. Química sexual, práticas de orgasmos e penetrações tornam-se a própria fuga da realidade. Eis que transformam o acaso em destino sexual. É um homem e uma mulher, é macho e fêmea, unidos para a satisfação da carne que pede o prazer - gemidos, seduções e brincadeiras perversas que tanto evocam o orgasmo. Imersos no apartamento, as fantasias são reais - o mundo torna-se menos vazio? Talvez, o sexo atenue as dores individuais de ambos. Incapazes de romper o forte laço sexualizado, arrebatados pela dança carnal frenética, esses dois amantes representam a busca pela satisfação carnal e o senso libertário tão ansiado pelo ser humano. Nota-se que a paixão nasce, ainda que ambos tentem se desvencilhar, inicialmente. Porém, tudo foge do controle de ambos.
Jeanne é a típica mulher liberal, espécie de ninfeta sensual que se permite aos comandos libidinosos de um homem mais amadurecido pela vida. Ela se comporta com uma malícia quase pueril. Excita ser direcionada por alguém que a comande sexualmente? Ela anseia o homem misterioso que dialoga - ainda que pouco - com ela sobre a vida, que a ensina a prática do sexo ousado e que a conduz num tórrido romance de tesão. A teia do jogo sexual pode ser perigosa? Dentro do apartamento, ela renasce uma nova mulher - esquece-se das preocupações do mundo, das responsabilidades e trai o marido (Jean-Pierre Léaud) que não parece adequar-se a sua realidade. O sexo funciona como uma válvula de escape, um impulso contra a mesmice, uma transgressão gostosa a ser exercida. Afinal, o que é proibido é mais prazeroso. Paul, ao contrário da verve comportamental passional da amante, utiliza de seus dons pervertidos para satisfazer sua necessidade de prazer - há também nele uma busca pela fuga, quer atenuar sua dor visto que sofre com a perda da esposa. Evita saber o nome de Jeanne, pois acredita que o conhecimento do nome traga maior envolvimento com a trajetória da garota. Afinal, um nome traz toda uma carga histórica sobre o indivíduo, agrega valores pessoais sobre a pessoa com a qual se relaciona. Pois, então, esses dois transam e são consumidos pela vocação da libertinagem entre quatro paredes. Estes dois indivíduos são artificios de um roteiro que prioriza uma análise sobre os anseios, contradições e perversões humanas sexuais. Duas pessoas, sem reminiscências, apenas o sexo como força provocadora. É nítido que ambos recebem e concebem o prazer que servem de sinônimo de aprendizado - a vida torna-se menos dolorosa, há esperança. Fora o sexo que serve de pauta para o mote do filme, há embutido um olhar melancólico sobre duas pessoas desesperadas pela salvação. O sexo pode levar à plenitude da felicidade? Profundamente triste, do encontro vazio de dois seres humanos em desespero, o sexo como uma tentativa inútil de lidar com o passado.
O frisson deste cult íntimo thriller erótico evidencia-se nas cenas de sexo de ambos. Há nudez sensual de Schneider, constante. Insinuações de frases perversas proferidas por Brando, como cenas de penetração ardente, ainda que cuidadosa (a primeira transa dos dois é intensa, crua). Há a imortal sequência onde Paul usa a manteiga para lubrificar e praticar o sexo anal (sodomia) violentamente com Jeanne - inclusive, há versões do filme que esta cena teve que ser censurada tamanha polêmica. A cena assemelha-se a um estupro, torna-se mais tensa pela maneira como é expressa - Paul, enquanto penetra o ânus da garota, pede que ela o deixe mais excitado, profanando palavrões e repetindo mensagens religiosas que ele a direciona. Seria um fetiche? Havia uma relação de dor, prazer, sentimento e até ódio neste casal que desmistifica o senso de privações da libido, servem de expressão para a quebra dos tabus sociais. O senso de instituição moral é colocado à prova, talvez ridicularizada e tudo é questionado. O sexo seria criador de vínculos entre eles e estabelecimento contra a convenção social? E também um movimento contra à rigidez da sociedade contra os indivíduos? O cuidado da direção de Bertolucci centra-se nesses questionamentos, ainda que as cenas sejam realistas e ousadas, não há conceito de vulgaridade - tudo é bem pensado, plástico. O diretor versa sobre a dor, sobre o peso da existência e sobre a sexualidade acima das relações. Aonde ninguém se conhece, ninguém tem obrigações. Há diálogos existenciais, profundos, que exercem tons carnais tangíveis. A trilha sonora caliente de Gato Barbieri tonifica-se como uma moldura emocional, maestria sofisticada do erotismo melodramático em acordes do tango-jazz estilizado. O recurso técnico encontra cores, contornos e adornos precisos pela alaranjada fotografia excepcional de Vittorio Storaro que revigoriza o filme - cores quentes denunciam o teores orgásticos que simbolizam os amantes em cena. O dom subversivo imagético proposto por Bertolucci destina-se ao misto da elegância, da obscenidade estrutural, explora bem a sensualidade corporal dos atores em cena na composição dos planos objetivos. Puro charme cinematográfico que atua como crítica à humanidade. Eis uma tragédia erótica que deve ser vivenciada, uma obra de arte que é capaz de tirar qualquer um do estado catatônico.
The Last Tango In Paris/Ultimo Tango a Parigi (França/Itália, 1972)
Direção de Bernardo Bertolucci
Roteiro de Bernardo Bertolucci e Franco Arcalli
Com Marlon Brando, Maria Schneider, Jean-Pierre Léaudd, Veronica Lazar
40 opinaram | apimente também!:
Bom...Bom... adorei, esse filme foi um boom na minha adolescência, um marco, as cenas consideradas picantes...que tal comentares sobre 'Império dos Sentidos'? no msm estilo e que marcou época tbém...
bj*
cris,
que post eletrizante e muito excitantee,hein??
este filme,como te disse,figura em minha lista ha tempos,mas ainda não vi...aliás....vi alguns trechos picantes,inclusive a cena da manteiga,que é estarrecedora emuito excitante....
adoro a forma com que vc conduziu o texto,me deu imensa vontade de assistir...(já estou baixando aqui)...
sexo é sinônimo de liberdade e fantasias desenfreadas...e sexo sempre será pano pra manga...
vou assistir,e volto aqui pra te contar :)
bjka!
Tenho que admitir que ri muito do título do texto quando vi a que filme se tratava... ótima piada e ótimo texto, como tantos outros.
Abração, ah, posso não comentar sempre, mas passo por aqui sempre que posso.
É um filme que todos dão uma certa atenção, assim como eu, porém nunca tive um interessante muito grande no filme e por isso ainda não assisti, mas se tudo o que você escreveu for realmente "excitante" quanto, vai valer apena.
acabei de assistir e só assino embaixo de tdo que vc escrever...
marlon está incrivel neste filme:ervertido,sexy,misterioso e com uma emoção muito contida e ao mesmo tempo,nua....
aquele sax que percorreu o filme tdo é realmente excitante e ...meu deus!amei cris...
ótimo filme....
ótimas cenas...
tesão amanteigado do início ao fim!
bjo
Eu estava pensando neste filme com uma imensa vontade de apreciar novamente, e mais uma vez, você adivinhou meus pensamentos ao abordar a obra. Simplesmente provocante!
Como toda obra do Bernardo Bertolucci, esta aí tem uma beleza plástica inegável. As imagens são bem filmadas. Acho interessante que ele sempre gosta de retratar o contato físico entre as pessoas como uma forma de estabelecimento de relações intensas emocionalmente. Ele fez isso também em "Os Sonhadores".
Ah é! "Tesão amanteigado" é ótimo em se tratando desse filme! Eu só ri do título, mas seu texto como sempre arrasa. Saudades do Marlon Brando, gosto muito dele. Um abraço e ótimo fim de semana.
Sempre quis ver o filme pela polemica que existia em torno dele, mas agora com certeza vou ver, excelente texto...você escreve tão bem que desperta uma grande curiosidade e interesse, pois nao faz apenas um comentario do filme,voce analiza e consegue passar todas as nuances dele, afinal o mesmo filme pode ser visto de forma diferente dependendo do angulo que observa...
Adorei!!
Assim que li o título do texto imaginei logo que se tratava de O último tango em Paris. rs
Ótimo filme, classicão.
Abraço
Vitor Silos
volverumfilme.blogspot.com
Texto maravilhoso cara! Muito bem bolado e bem cômico! Pelo que pude ler as pessoas estão gostando da indicação! vou procurar saber!
abs
Oi Cris, eu também gostei bastante da descrição das cenas, desse tom barroco que você sempre confere aos seus textos, indagador, acho que ficou perfeito para ilustrar a resenha. Não conheço a película ainda, já vi a famosa cena da manteiga, claro, sei que é um classíco e, portanto, imperdível, mas vou anotar a dica e pretendo assisti-lo, em breve. O que me chamou atenção também foi o fato de você nos "alertar" para algo que, na época, era tão "chocante" e que hoje está se banalizando: o sexo pelo sexo. Às vezes, comento com alguns amigos sobre isso, se não estamos "protagonizando" um espetáculo de cenas gratuitas em nossas relações, se a libido não tem sido sufocada pela "facilidade" da conquista e necessidade de "mais um orgasmo". Tenho visto relações tão monótonas e mecânicas também. Mas o campo da sexualidade é muito vasto e posso estar dizendo uma bobagem. E tem outro assunto que eu acho ainda mais perturbador: quando compensamos a ausência com sexo. Mas uma coisa é certa, pra mim, sexo tem mesmo o seu componente trágico, como o Nelson Rodrigues já dizia, só não concordo que "morremos" um pouco todo dia por causa dele rs. Abração! P.S. Sempre bom receber sua visita, a Pretinha é uma graça, você vai gostar de conhecê-la.
Ótimo filme e texto.
Acho que só o Bertolucci para acertar a mão num filme assim!
Abraços.
Nossa! Ainda não vi esse filme. Preciso procurá-lo com certa urgência, já que do Bertolucci, só conferi "O Céu que Nós Protege" e "Assédio".
Beijos! ;)
É, você tem toda razão, o mundo e seus valores mudou tanto que as coisas perdem impacto com uma facilidade. Quando esse filme foi lançado demorou anos para ser permitido aqui no Brasil (por causa da ditadura e censura), hoje, acho que nem tem classificação indicativa. Mas, é um filme forte, extremamente sexual e belo. Marcou uma época.
bjs
Rsrsrsrs Eu ri da relação do título com a história. Mesmo sendo cult, eu não me interessei por sua história, mas se um dia eu topar com o filme por aí... Bjos
Clássico absoluto. Foi o primeiro filme que inadvertidamente vi criança e me impressionei. Ainda bem que não me tornei um adolescente problemático...acho!
"fúria carnal com laivos de sadomasoquismo" Uau heim??
Misericóordia! Moderninho essa temática, um filme com Marlon Brando!Minha mãe era fã deste falecido!
(: Pois bem, quente, quente aparenta ser o filme, quero assistir, se alguém, NÉ CRIS, finalmente me emprestar os dvds que me promete...
Gostei da relação moderna do casal, instigante!
Quero mesmo assistir!
O filme obviamente não se resume a sexo, vai muito mais a fundo na lama dos dois protagonistas, mas eu estava catatônico - como você colo0ca - em relação a filmes que tentam enveredar sem igual sucesso por essas vias. É uma obra-prima.
Excelente artigo!
Gosto do cinema de Bertolucci, embora ele seja bem medroso na sexualidade subversiva. Seus "sonhadores" não passam dos planos das idéias e suas intenções sexuais se convertem em jogos cinéfilos pueris. Nada de revolucionário de fato ocorre, a não ser a revolução que explode nas ruas, enquanto eles se alienam num apartamento dos pais. Em "O último tango em PAris" os personagens fazem do sexo algo intenso para sublimarem a ausência de rumo em suas vidas - como vc bem disse. Tal como ocorre também em Shortbus, do Michell.
Mas ainda fico em dúvida se este filme do Bertolucci é um libelo maldito e transgressor, mesmo pretendendo isso. Em sua época foi representativo em tudo, mas hoje, revendo-o fico com a sensação de um filme muito bem feito estéticamente (e em sua narrativa), mas quanto ao erotismo, me parece insosso, casual e vazio - tal como os pesonagens.
Texto espetacular! Muitíssimo bem escrito, deu vontade de assistir o filme o mais rápido possível;
Curiosidade máxima por este filme. Terei que comprar ou baixar, zero oportunidades para vê-lo.
Grande filme e o monólogo do Brando é uma das maiores aulas de interpretação já vistas! Valeu pela crítica! Pela título já havia percebido de que filme se tratava.
Muito bom poder ler você falando de um filme como este. Gosto muito dele, me faz lembrar tempos passados quando descobri o cinema e me aventurava decobrindo os clássicos, a cena dfa manteiga e tal, todas aquelas imagens subversivas, uma poética que direcionava nosso olhar para outros locus de enunciação. Amei!!!! Abraço!
Acho que diversificado como você não deve existir, estou sempre admirado com os filmes que escolhe.
Parabéns!!!
Tem selo pra você lá no Tudo de Mim.
Abraço!
Enquando eu lia, eu refletia. Será possível ser feliz assim? Confesso que senti inveja do casal...
"O sexo funciona como uma válvula de escape, um impulso contra a mesmice, uma transgressão gostosa a ser exercida. Afinal, o que é proibido é mais prazeroso."
Mais uma vez Cris: PARABÉNS PELO TEXTO!
Esse filme é um marco do cinema. Sobre a violência no dia de hoje, é a vida cada vez valendo menos. Um abraço
Bela crítica! Que texto bem escrito!
Bom, eu não vi esse filme e não posso dizer muito. Mas como fã de Bertolucci, acredito que deva ser um filme ímpar!
Abração!
blog24fps.blgospot.com
Ainda não vi esse filme. Mas també ri muito do título "tesão amanteigado" hehehehehehehe abç
Segui sua dica, baixei “O Ultimo Tango em Paris” e assisti neste final de semana além disso andei lendo o que alguns blogueiros pensam sobre o filme. Vi que muitos acham que a presença de Brando foi responsável pelo sucesso do filme. É inevitável falar que ele é marcante em qualquer lugar, mas o filme é muito bom não só por sua presença mas também pela genialidade Bertolluci , ele foi brilhante.As
cenas de Schneider com Brando impecáveis (ainda mais sendo ela inexperiente)Por ser um filme extremamente sensual muitos se restringem a assisti-lo apenas por isso e não observam a atmosfera que envolve os personagens....
Pena viu!!!!
Bjo Cris
Clássico do erotismo!
Mas eu prefiro passa a manteiga no pão, rs!
Abs,
Rodrigo
Obrigado pela visita ao meu blog. Quanto ao seu blog é ótimo. Já está entre os que eu sigo.
abs
Gato Barbieri é realmente fantástico! Grammy merecidíssimo pela trilha do filme! Esse filme é mais um da lista "Acredita que ainda não vi?" mas, li o texto e parece realmente tratar do refúgio sexual, sendo o intuito deste ser unicamente carnal, sem nenhuma abstração e talvez esteja ai a critica a humanidade. Quando conferir, confirmo se de fato entendi a aura do filme.
Abraços!
Gosto muito. Grande filme de Bertolucci. Grande(imensa) performance de Brando, que ainda estava charmoso. Engraçado que nunca o vi como um filme erótico ou sensual. Considero-o muito triste e depressivo (ou melhor, reflexivo).
A primeira vez que assisti tinha 13 anos e o que mais me impressionou (verdade!) não foram as cenas de sexo e sim a cena em que Brando chora e se culpa pelo suicídio da esposa. Nunca tinha visto um homem chorando ou expressando emoções daquele jeito. Achei marcante. Já vi muitas outras vezes(está na minha coleção de dvds) e sempre que revejo descubro novos questionamentos. Recomendadíssimo!
Você acredita que nunca assisti ?!
Mas já tá na listinha pro final de semana... é aquela coisa, o Brando é simplesmente irresistível!
Adorei o texto, adorei o blog, e confesso que tava pra te visitar há um bom tempo e deixar coments.
Beijos,
Um belo dia achei o livro na biblioteca, como sempre tive vonctade de asistir o filme, peguei pra ler. Não passei das primeiras páginas, é tudo muito detalhado. Ainda preciso ver o filme, mas confesso que perdi um puco dessa vontade de assistí-lo.
Abraço!
Wow! Belo texto! Eu estava lendo aquele dia e tu me chamou no msn e me esqueci de retomar a leitura! Hahaha.
Não vou mentir que Maria Schneider me incomoda um pouco. Ela liga o "foda-se" e deixa rolar rs, o negócio aqui é Marlon Brando em um dos filmes eróticos mais controversos do cinema. Fodão em todos os sentidos xD
abs, Cris!
Confira minha resenho do filme: http://sublimeirrealidade.blogspot.com/2011/02/o-ultimo-tango-em-paris.html
Nem manteiga, nem margarina, nem maionese nem nada.
Brando pra mim só anti-maturidade.
Voce deveria colocar link do face ou do twitter pra poder difundir o blog é muito bom!
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