Confessionário de desejos

O que ocasiona a atração momentânea? É possível entender que nem sempre o tesão é relacionado ao sentimento? O ser humano vive imerso na dificuldade em atenuar os impulsos libidinais e em lidar com suas inconstâncias sentimentais. Nem sempre aquele que se ama, é o que se deseja — em Closer, Mike Nichols, sob o texto de Patrick Marber, revela-se um estudo sobre as relações amorosas da contemporaneidade. O instigante filme desmascara a sociedade firmada no falso puritanismo, onde o sexo leva a catarse orgasmática e também destrutiva. Eis as relações que não conseguem mais se sustentar na fidelidade mútua, permeada de insatisfações, dúvidas e confusões. O ardiloso roteiro centraliza as personificações da sociedade libertária que discursa o sexo-livre, mas que no fundo não consegue se desfazer da necessidade básica humana: o sentimento. O franco texto verbaliza as emoções, os segredos e, principalmente, os desejos de quatro personagens. Vaidades, desconfianças e todo o choque de valores/moralidade são colocados à mesa. Cru, nu e sedutor, observa-se os conflitos realistas de adultos num perigoso círculo amoroso. O jornalista Dan (Jude Law), a fotógrafa Anna (Julia Roberts), o dermatologista Larry (Clive Owen) e a stripper Alice (Natalie Portman). O sensual texto percorre as veias comportamentais desses indivíduos que se misturam dentro da teia de paixão, desejo e anseios. Anna casa-se com Larry, porém é alvo de tesão de Dan que, por sua vez, vive com Alice — em linhas gerais, dois casais que promovem o troca-troca sexual, ocasionando o desajuste nas relações. Este filme talvez seja o mais contundente e sincero no que tange à verbalização dos relacionamentos amorosos atuais, em função disso Nichols posiciona suas marionetes humanas bem próximas do público como forma de exprimir uma intimidade hipnótica sedutora.

Os personagens são altamente vulneráveis ao desejo que sentem — o roteiro articula, justamente, a maneira como os seres humanos se confundem com os sentidos do coração, do desejo que acaba por prejudicar as relações estáveis e, por conseqüência, distorce todo o senso de fidelidade. Por que o ser humano não consegue inibir seu desejo ao outrem? A relação, ainda que firmada no sentimento e admiração, não garante a ausência da infidelidade. E o filme discorre sobre esses pontos, ao colocar seus quatro personagens frágeis e permissivos à sexualidade casual. Não só o sexo é pautado aqui de forma extrema natural, mas também toda a dualidade do sentimento intitulado amor — nem sempre o sentimento anda de mãos dadas com os instintos libidinais; nesse sentido a trama deixa clara ao expor os flertes, os desejos súbitos e como um orgasmo momentâneo parece ter mais sentido que um relacionamento duradouro. Como um confessionário, observa-se os prazeres e desprazeres desses quatro, em meio aos diálogos efervescentes sobre gozos, ambições e cobiças sexuais. Há um tom teatral no ritmo dialogal, ainda que a produção seja bastante cinematográfica pela técnica.

Hello, stranger! O sexo com desconhecido é mais gostoso? O filme acentua a discussão da infidelidade como característica fundamental no relacionamento do século XXI. Há ainda a contextualização do sexo virtual, como na seqüência em que Dan dialoga com Larry através de um chat erótico na internet. Aqui o roteiro explora a forma como pessoas usufruem do meio virtual para se satisfazer sexualmente, liberando suas vontades secretas e desejos obscuros. Porém, a tensão exposta por Nichols em seu filme é na maneira como se questiona a plenitude da fidelidade — existe uma relação totalmente imaculada, sem o abalo de uma traição? Mike Nichols não inibe seus personagens de expressarem suas aflições, nem mesmo o que há de mais oculto na questão sexual. Dan tem tesão em Anna, mas vive com Alice. Anna é casada com Larry, mas vê em Dan o homem ideal. Larry sente tesão por Alice, ainda que ame sua mulher. Ama-se um agora, deseja-se outro no mesmo instante. O ser humano aqui é exposto com suas inconstâncias — ainda que não vivam, efetivamente, uma relação aberta, os casais não se prestam à monogamia. Buscam o prazer com o outro, o sexo extraconjugal. A casualidade do mundo pós-moderno, que se liga e desliga tão rápido de alguém como uma troca de roupa qualquer.

Transitoriedade dos sentimentos, encontros e desencontros, vontades. A sedução é presente em todo o esqueleto narrativo do filme, ainda que não exista promoção de seqüências sexuais, há um teor libidinal que exterioriza as personalidades dos quatro personagens. Mais pelos diálogos vigorosos, delineados e inteligentes, que não escondem a vazão hormonal de cada um deles. Decerto, a escolha do elenco viabilizou um resultado perfeito: Julia Roberts aqui se desfaz de suas personificações habituais e prioriza um tom mais natural, humanístico. Menos maquiagem e glamour, uma caracterização eficaz. Assim é também Jude Law, aqui numa comodidade mais presente sem o seu tom formal, garante uma boa interpretação além do charme habitual. Porém, este filme centra-se no brilho de dois atores em plena combustão — Clive Owen exibe sua virilidade em cena, é o machista sedutor, o homem passional que não esconde suas falhas. E ele lança fogo com a presença de Natalie Portman, altamente emocional e entregue, tanto na fragilidade exposta ou mesmo no tom sedutor que sua personagem exala. A cena de ambos os atores, na boate de striptease, é uma das pérolas do filme. E a grade de interpretações alia-se da trilha sonora para enfatizar esse delírio amoroso: a canção “The Blower's Daughter” na voz de Damien Rice exterioriza bem os corações passionais e a verve sensual deste círculo de humanos. Nunca foi tão delicioso observar a hipocrisia sentimental de perto...

Closer (EUA, 2004)
Direção de Mike Nichols
Roteiro de Patrick Marber
Com Julia Roberts, Jude Law, Natalie Portman, Clive Owen

45 opinaram | apimente também!:

Edson Cacimiro disse...

É um dos meus filmes de temática adulta preferidos, diálogos perfeitos, o texto da peça em que o filme se baseia é maravilhoso também.

Emmanuela disse...

BRILHANTE! Adorei como percorreu esta obra-prima moderna. Um grande beijo!

Gabriel Neves disse...

Ótimo texto para um ótimo filme. Closer é realmente uma obra-prima moderna, prende do início ao fim com a voz de Damien Rice contornando as cenas repletas de desejo explícito e de sentimento implícito, tudo baseado numa paixão inconstante e imprevisível. E Portman aqui está incrivelmente sedutora.
Abraços.

Jonathan Nunes disse...

Como sempre um ótimo texto Cristiano, eu simplesmente ADORO esse filme, é um dos meus favorito da última década não canso de assistir, foi depois dele que comecei a acompanhar a carreira da Portman até seu auge esse ano, mas além dela todo o elenco está perfeito e o roteiro é muito bom.

Adecio Moreira Jr. disse...

Eu amo Closer e em como ele sucinta essas questões que abriram seu texto. Nem todo mundo gosta desses tratamentos mais sociológicos, mas nem se dão conta de que o cinema TAMBÉM é isso. E lógico que admiro quem absorve essas questões.

^^

Eric disse...

Você encontrou uma boa palavra para falar do filme: transitoriedade. Por mais que a gente goste de fingir estabilidade, rotina, ninguém dorme igual ao que levanta. Closer é um filme sacana, de diálogos precisos e pra mim tem uma cena chave: quando o Owen pergunta o nome real da Portman e ela diz. E ele não acredita. Pela primeira vez está falando uma verdade e ele simplesmente não quer acreditar, pq a verdade que definiu para si é diferente. E ela fala essa verdade com o desafio nos olhos, tornando a cena ainda mais encantadora. É engraçado como duas verdades podem ser incompatíveis. O grande uau de Closer ao me ver não são as opções dos personagens, mas o fato de não conseguirem assumir seus desejos a ponto de levá-los à luz do dia. Há sempre um pezinho no oculto, no ato escondido. É preciso ter duas faces, um lado a e um lado b, para se viver completamente? No caso dos personagens sim! Daí vem a beleza do filme. Na vida real, o bacana é unir os dois lados e ser alguém inteiro. ;)

Beijos!

nazarethe disse...

Quando vi o filme que na época foi bastante comentado achei os personagens hipócritas como somente nós humanos sabemos ser. A educação padronizada que recebemos só gera conflitos, depressão e ilusões, sem falar na violência contra grupos e pessoas que optaram por outra filosofia de vida sexual. A liberdade sexual parece ser a última barreira a ser quebrada em nossa sociedade que vê a ilusão como verdade e a verdade como preconceito.
Beijos mordidos!

Amanda Aouad disse...

Bom texto, Cris, descreveu bem a tensão sexual do filme.

Acho Closer um ótimo exemplar do nosso mundo atual, fala de amor sem ser meloso, construindo um hiato de relações atuais onde não sabemos bem como nos entregar, nem a quem. Uma trama madura, apesar das inúmeras imaturidades dos seus personagens.

bjs

Wallace Andrioli Guedes disse...

Pois é, tenso esse filme... por mais que concorde com sua análise, destacando a inconstância dos sentimentos humanos, no fundo, acho que CLOSER é uma dolorosa demonstração de como somos capazes de machucar aqueles que gostamos... é um filme que dói em mim, de forma quase física, toda vez que o assisto. E a canção do Damien Rice (o nome correto é "The Blower's Daughter") potencializa ainda mais essa sensação.
E acho importante ressaltar algo que você lembrou bem no seu texto: a ausência de cenas de sexo propriamente dita, e a verbalização plena dos sentimentos dos personagens. Nesse sentido, o filme estabelece um rico diálogo com o primeiro longa de Mike Nichols, o também impactante QUEM TEM MEDO DE VIRGINIA WOOLF?, de 1966.
Ah, e só mais uma coisa: Natalie Portman deveria ter vencido seu primeiro Oscar aqui, bem antes de CISNE NEGRO...

Rodrigo disse...

O filme é incrivelmente poderoso em todos os temas propostos e revelados na sua excelente crítica. As atuações magníficas e um roteiro forte fazem deste filme, um dos melhores da década, sem dúvida alguma. Abraços.

Fernando Fonseca disse...

Realmente Cris, Closer foca em como os sentimentos podem se diluir diante da "satisfação imediata". A carne vencendo o coração e os relacionamentos se corroendo com o tempo, com a rotina e o marasmo. Gosto mto de Jude e Natalie nesse filme, acho os dois soberbos, assim como o Clive. Pra mim, só Julia destoa um pouco. Mas ainda assim, a obra de Nichols é um filme que retrata bem a relação humana e como o sentimento está perdendo espaço para o imediatismo sexual e sensual.

Ricardo Morgan disse...

Lembro que na época de seu lançamento o filme dividiu a crítica, mas eu gostei muito. É um longa que expõe a 'verdade e a mentira' em diálogos fortes, diretos e cruéis em uma história que explora a fragilidade humana. Detalhe nas 'cara-metades' do pôster! hehe É o que você disse mesmo: "hipocrisia sentimental".
Abraços

renatocinema disse...

"Nem sempre aquele que se ama, é o que se deseja" você disse tudo em uma frase.

Adorei o filme, a atuação de Portman e os diálogos.

Aprecio muito a parte quando Natalie Portman fazendo o strip é sincera ao dizer a verdade (em minha visão único momento do filme que ela faz isso) e o personagem de Clive Owen, não acredita persistindo em conseguir a "verdade" que ele quer ouvir.

Quantas vezes na vida real não passamos por isso?

Um dos filmes que mais aprecio e assisto pelo menos uma vez por ano.

A música de Damien Rice é outro ponto que me agradou no filme.

Parabéns por escolher um ótimo filme para analisar com seu texto sempre competente e sensual.

Anônimo disse...

Seus textos são uma lição de cinema, Cris.
Todo ser humano com consciência deve reconhecer que eles tem uma filosofia única.
Sério, toda vez que consigo ler um texto seu (dos filmes que assisti hahaha) descubro muitas coisas que passaram despercebidas. Fora o ponto forte e o objetivo de seu blog: a sexualidade.
Não preciso nem escrever que adorei o texto!
Mais uma vez, parabéns!!!!
Abraços!

Rodrigo Carreiro disse...

Closer é espetacular justamente pelo tratamento cru que dá ao sexo. Dissocia-o de sentimento e culpa para analisá-lo, mas ao mesmo tempo também trata tudo junto. Gosto muito porque o filme traz os personagens nus em seus sentimentos, particularmente em duas cenas: quando Larry está louco de ciúmes e quer saber em detalhes como foi a relação de sua mulher com Dan; e quando Alice simplesmente diz a Dan "não te amo", com a maior simplicidade do mundo. Certeiro!

Rodrigo Carreiro disse...

Closer é espetacular justamente pelo tratamento cru que dá ao sexo. Dissocia-o de sentimento e culpa para analisá-lo, mas ao mesmo tempo também trata tudo junto. Gosto muito porque o filme traz os personagens nus em seus sentimentos, particularmente em duas cenas: quando Larry está louco de ciúmes e quer saber em detalhes como foi a relação de sua mulher com Dan; e quando Alice simplesmente diz a Dan "não te amo", com a maior simplicidade do mundo. Certeiro!

Fábio Henrique Carmo disse...

Cristiano, dois pontos:

1) Considero esse filme chato e pretensioso, todo metido a besta com seu estilo "cabeça". Na minha opinião, uma bela derrapada de Mike Nichols;

2) Seu texto está excelente. Um dos melhores que já escreveu. Abraço!

Alan Raspante disse...

“The Blower's Daughter” é uma bela canção. Um ponto positivo neste filme. Gosto de "Closer" e o modo que encara o amor e as relações entre as pessoas, mas não chega a ser o meu filme favorito ou aquele que morro de amores, entende? Filme para se encantar na primeira vez.

O que é Natalie Portman em cena? Ou melhor, que elenco é esse? Magnífico.

[]s

Sandra Cristina de Carvalho disse...

CLOSER é um dos meus filmes favoritos.
A temática sexo 'ilícito' é sempre uma abordagem instigante. Como conciliar o 'te amo' com o 'te desejo', se não fomos culturalmente concebidos para tal?
Se 'existe uma relaçao totalmente imaculada sem o abalo de uma traição'?
Eis aí uma resposta que nos transporta ao banco dos réus. Porque traimos e nos culpamos. E mesmo nos retratando, continuamos a trair. E se não o fazemos, sentimos o desejo que nos impele, ainda que de forma fantasiosa.Voltamos a estaca zero. Como se andássemos em círculo. Não aprendemos a amar de corpo e alma, pois , fomos 'adestrados' a copular cheios de princípios éticos. A sexualidade reprovável por leis e/ou princípios religiosos, morais, educacionais.
Talvez por isso separamos tanto o prazer da afetividade. E projetamos sempre em outrem nossas fantasias mais libidinais, quando poderíamos negligenciar as normas e condutas nos impostas, e nos entregarmos sem padrões pré-estabelecidos. Assim, teríamos o discernimento do que seria amar, amar e amar, sem que o desejo da carne não mais se direcionasse a outra pessoa que não fosse a quem realmente amássemos. Pois só com ela tudo poderíamos, exploraríamos,deliraríamos, orgasmaríamos...





Sandra Cristina

Xxx disse...

Oi,

Gostei muito da postagem!!

Abraços...

Kleber

M. disse...

O que tenho a dizer é que se trata de um filme muito interessante. É desses que a gente não se cansa de ver. Um abraço e Feliz Páscoa!

História é Pop! disse...

Natalie Portman está linda nesse filme e um dos meus atores preferidos de desde Gattaca, Jude Law me levaram a ver o filme. O que posso dizer que já não foi dito?
Trilha sonora magnífica, atores em perfeita sintonia, diálogos excelentes... Inteligentíssimo!!
Beijo Querido
E um ótimo domingo de Páscoa!

eddy disse...

CLOSER é Soberbo. Um dos meus filmes favoritos ever. <3
Adorei a analise do filme, Cris. ;)

Tiago Britto disse...

Gosto muito desse, dos seu diálogos e roteiro. Um bom filme para ser apreciado por todos!

Luiz Santiago (Plano Crítico) disse...

Meu Deus, eu AMO esse filme!!!

Kamila disse...

O que me chama mais a atenção em "Closer" é que os relacionamentos advindos dos encontros entre essas 4 pessoas é altamente doentio, cheio de manipulações. É o amor, a paixão que doi e que não traz felicidade.

Clenio disse...

Uma obra-prima sob todos os prismas. Um roteiro com diálogos cortantes e duramente reais. Uma canção visceral. Um elenco impecável. Uma direção firme. E uma temática excitante e chocante.

O filme discorre sobre a eterna insatisfação emocional/sexual/afetiva do ser humano de maneira a não fazer julgamentos morais. Quem de nós nunca se sentiu tentado ou infeliz quando tinha tudo nas mãos??

Beijo, querido.

Clênio
www.lennysmind.blogspot.com
www.clenio-umfilmepordia.blogspot.com

Mayara Bastos disse...

Um filme que lida com as relações humanas perfeitamente, com o amor e suas ilusões. AMO a história e as atuações também. ;)

Unknown disse...

Um filme que realmente mostra como os seres humanos são hipócritas. Gosto muito dos diálogos e os atores estão muito bem nos seus papéis.

Adorei o blog.

B-Cine disse...

Cristiano, eu simplesmente AMO esse filme. Um dos melhores do Nichols com atuações inspiradíssimas desse quarteto fantático.
A cena da Portman arreganhando as pernas para o Owen é a cereja do bolo.
E aquela cena da Roberts detalhando o sexo com o Law???? Fortíssimo...
Falando na Roberts assisti recentemente Notting Hill que postei lá no meu blog o B Cine. Gostei muito também.
Cara, excelente seus textos hein
Tão bons quanto o filme.

Elton Telles disse...

=O
não sabia que não havia apimentado "Closer" ainda. Esse filme merece ir para o cabeçalho para sempre. Acho fantástico. Refaço os seus inúmeros elogios ao texto poderoso e cheio de vigor dessa fita. A linda complexidade dos personagens presenteada por atuações memoráveis... não tinha como o filme dar errado. É muito sexo, mas também é sentimento. Gostei do jogo que vc fez no início do filme.

mas me pergunto sobre a "hipocrisia emocional" que você citou no fim do texto... Será? É uma interpretação válida, mas também gosto de pensar na inconstância do verdadeiro sentimento, que palpita a todo momento e é visível na insegurança que alguns desses personagens sentem - talvez, Portman seja a mais centrada e, por isso, a mais apaixonante. Adoro Alice/Jane. Uma personagem que é um presente para qualquer atriz e Portman tira de letra. Owen também destrói em cena!


abs!

Reinaldo Glioche disse...

Aplaudo esse seu texto que, talvez, pelo menos até onde tange minha memória, é o seu melhor. Embora Closer ofereça um debate muito maior e plural do que o vislumbrado nesse seu recorte, o que vc propõe aqui é uma análise minuciosa de um dos principais eixos do filme.
um filme que se renova a cada revisão.
Abs

José Francisco disse...

Por muito tempo a música do Damien Rice foi a canção da minha vida. O filme tbm eu acho assombroso. Finalmente, Nichols retorna a um grande filme adulto. Um filme sobre o amor adulto. Melhor papel da carreira de Julia Roberts, sem dúvida. Por essas e outras, é um dos filmes da minha vida.

Victor Yamaguchi disse...

Achei esse filme fantástico. É um filme que fala de sexo, desejos e traições sem necessariamente ter cenas de sexo. É um filme que prende e tem uma história muito boa que trabalha intensamente com os personagens. Isso é prova de que se há um enredo bom e com bons atores não há a necessidade de apelar para cenas desnecessárias.

E muito boa a sua análise... Parabéns.

Rafael Moreira disse...

Fantástico o seu texto, Cristiano. Já mencionei que Closer é meu filme favorito? Concordo com você em número, gênero e grau. Esse é justamente o retrato dos relacionamentos modernos, a maioria deles, na verdade. O jogo de sedução, a atração, o amor... Ah, o amor, amor que pode acabar assim, de repente, com um ato, uma frase mal dita, uma desconfiansa, uma teimosia. É o que acontece com Dan que insiste em arrancar a verdade de Alice quando poderia deixar a história morrer, afinal de contas, é passado. "I don't love you anymore, good bye", a única forma de deixar alguém. E no final tudo fora uma "mentira" e Alice torna-se apenas uma estranha. O filme, aliás, gira muito em torno dessa ideia. Os estranhos. A forma como se inicia e como se fecha o arco. Acho espetacular aquela última cena em que o sinal se fecha e a câmera sobe. Uma forma talvez qaue tudo pode acontecer de novo, tudo pode começar da mesma forma, mas seguir de um jeito diferente. Eu passaria o dia falando desse filme. A cena da exibição da Anna, a conversa de Larry com Alice ao som daquela maravilhosa música "Samba da Benção" mostra o quanto ela pode ser dissimulada e o quanto tem poder, mas ainda assim ela é frágil, porque ama e quando o amor a abandona ela torna-se novamente uma mulher forte.

Ainda na exibição Alice fala tudo que o filme não é. É uma mentira, um monte de estranhos tristes, fotografados de modo lindo, e todos os que apreciam a arte dizem que é bonito porque é o que querem ver, ams as pessoas na foto estão sozinhas e tristes.

O filme é tão verdadeiro que choca alguns. Os que não são acostumados a tantas verdades jogadas na sua cara. O paradoxo é que o filme não mente mas os personagens sim. E o roteiro consegue ser tão intenso e direto que os socos na cara do espectador são constantes.

Rafael Moreira disse...

Falei demais e nem revisei meu comentário =P

Lai Paiva disse...

A primeira vez que vi Closer me identifiquei, me encontrei lá, fiquei intrigada e maravilhada. Adoro o filme, o enredo, a atuação dos maravilhosos atores, a trilha sonora, é envolvente e sedutor. É treal pra caramba. De cara se tornou meu filme predileto. Adorei o seu texto. Muito bom mesmo!

Marconi disse...

Nunca vou me esquecer da cena com Portman fazendo stipper e conversando com o personagem de Owen.
http://cinespaco.blogspot.com/

Cristina Loureiro dos Santos disse...

Não conheço o filme, mas o teu texto é, como sempre, excelente!
Beijos :**

Victor Ramos disse...

Olá, meu caro!

Closer, pelo que me lembro, é um grande filme. Faz tempo que assisti, mas apreciei muito na época. Não sei como seria a experiência de assistir hoje.

Abs do PUDIM DE CINEMA!

Andinhu S. de Souza disse...

É um dos melhores romance da década. Nicholson é excelente quando se trata de relacionamentos. Sexy, Sedutor, doentio, verdadeiro, cru, natalie portman esbanjando sensualidade, e o que dizer dos diálogos? tomadas com cerca de 20 minutos de puro diálogo.
Abç!

J. BRUNO disse...

De fato é um filme excelente, acho até difícil descrever aquilo que ele me provoca, sinto um aperto no peito cada vez que o assisto, cada vez que escuto a música tema... talvez seja porque este tipo de relação ainda me assusta...
.
Minha resenha do filme: http://sublimeirrealidade.blogspot.com/2011/06/closer-perto-demais.html

lápide disse...

Closer é uma produção perfeita, e por ser perfeita incomoda muitos que ainda acreditam no amor puro, indestrutível e imortal.
Os conceitos formados em torno da imagem revela o que há de frágil e humano em cada um dos personagens, construindo uma forte empatia entre eles e nós, espectadores.

Mac Felix disse...

Excelente texto, de um filme fantástico. Meu primeiro filme favorito, posso dizer!

Rafael Oliveira disse...

O filme que despertou meu amor pelo Cinema. Sexy, provocativo, sincero e duramente realista, é um tapa na cara.

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