Clamor dos desejos

Por que a mulher não pode ter as mesmas liberdades que o homem? A sociedade sempre pareceu punir, condenar e tolher bastante os sensos de afirmação do sexo feminino. Não é de agora que a mulher busca se realizar — e ser também respeitada — nas suas escolhas amorosas e sexuais. O que torna A Época da Inocência mais marcante é justamente por tratar de temas tão delicados sobre os rigores da sociedade perante a condição feminina. Martin Scorsese foi provocador ao adaptar o livro de Edith Wharton. Seu filme, além uma crítica mordaz a sociedade com preocupações mesquinhas, cheia de tradições e hipocrisia, é uma grande história de amor marcado repressões e angústias. A grande protagonista da história representa uma mulher sem amarras, à frente do seu tempo, alguém que não se conforma com o tradicionalismo. É através da Condessa Ellen Olenska (Michelle Pfeiffer) que todo o sentido do filme é direcionado. A mulher que retorna da Europa, após um casamento fracassado, precisa se reerguer moralmente, mas é mal vista por todos que a ignoram rispidamente. O cenário narrativo é em Nova York, por volta de 1870, naquele tempo o divórcio era até admitido, ironicamente a sociedade não aceitava esse senso com bons olhos. Ellen encontra o conforto com os familiares, mas é quando conhece o advogado Newland Archer (Daniel Day-Lewis) — um amigo de infância, mas de casamento marcado com sua prima May Welland (Winona Ryder) —, é que toda a problemática está estabelecida em seu destino. Como atenuar os desejos íntimos que parece querer destruir todos os sensos morais alheios? E fugir de um anseio que não entende os rigores de uma sociedade predatória que costuma punir?

Martin Scorsese mostra como é doloroso amar, pois seus amantes são predestinados ao sofrimento. Os sentidos da paixão e das escolhas humanas são preconizados por esse filme que insiste em pautar a relação do desejo frente a um período onde não haveria espaço para emoção; mas sim o fundamento da razão. A evidência do caráter romântico dos dois amantes que, sufocados por se submeter aos moldes da burguesia nova-iorquina, não conseguem se livrar do desejo é comovente. E como reagir a essa sociedade conservadora? Curiosamente, é o clamor do sexo que faz com que fujam da conformidade de mundo. A delicadeza do roteiro sabe cuidar do aspecto sensual da trama, como na seqüência onde Archer tira as luvas das mãos de Ellen dentro de uma carruagem, beijando delicadamente os dedos da Condessa, a ponto de deixá-la em ebulição carnal. Há toda uma sutileza e elegância sensual que percorre todo o sentido do filme.

A tensão sexual de Michelle Pfeiffer com Daniel Day-Lewis é muito bem exposta — o casal parece prestes a explodir de tesão, sentimento e carinho. O ator empresta um tom até sedutor ao personagem, de acordo com o caráter másculo dele, mas exercita-se aqui um teor de melancolia, visto que é um homem predestinado a sofrer por não ter a mulher que ama. As inúmeras problemáticas são bem delineadas na narrativa. Ellen buscava independência — mas existia a dificuldade de ser respeitada após um divórcio, afinal a mulher seria considerada “vulgar”, já que quebrou os padrões morais daquele momento; estaria limada socialmente se efetuasse a separação. E sua relação com Archer, um exímio apaixonado, era a quebra total dos padrões morais. O que é mais válido, o amor ou a perda da reputação? Pode-se abdicar de todos os preceitos e julgamentos a favor de um sentimento? A trama envolve o público por desnudar todos os aspectos mais pungentes da sociedade daquele tempo. O falso moralismo, os casamentos de fachadas, as felicidades aparentes. Porém, é a forte paixão de Ellen e Archer que sustenta todo o apelo emotivo do filme, providenciando a vontade de viver num mundo tão artificial.

Com sensibilidade, Martin Scorsese adapta o texto ferino e delicado neste filme que mantém toda a linguagem poética do livro original de Edith Wharton. O auxílio narrativo com o vigor visual de uma fotografia exuberante explicitam todas as nuances psicológicas de seus personagens. O diretor explora as emoções de seus personagens com um olhar bem próximo, a câmera mantém um foco constante nos rostos para garantir uma melhor intimidade. E a melódica trilha sonora de Elmer Bernstein capta bem os tormentos emotivos dos amantes, um auxílio à narrativa. O contraste das personalidades é instigante também. May — numa interpretação sensível de Winona Ryder — é a típica virginal que segue os moldes da juventude casta, sem maiores desenvolturas libidinais ou intenções maliciosas, apenas preocupada com os arranjos do casamento perfeito. Ellen é o oposto, tem uma sensualidade natural de uma mulher que sabe amar, deseja um homem de compromisso marcado e é passional em suas atitudes. E talvez seja essa lógica que afirma a atração de Archer por ela: todo ser apaixonado não consegue viver sem o calor da passionalidade romântica, não viveria uma relação formal, para tanto precisa de algo mais substancial. E Ellen e Archer refletem bem os sentidos da paixão, são quentes e intensos e sofredores como todo romântico clássico. Mas entendem que para viver esse amor proibido precisariam burlar toda uma sociedade que condena a informalidade do ser humano. Eis um apurado trabalho de Martin Scorsese, belíssimo filme de amor que beira à perfeição poética.

The Age of Innocence (EUA, 1993)
Direção de Martin Scorsese
Roteiro de Martin Scorsese e Jay Cocks, baseado no livro de Edith Wharton
Com Daniel Day-Lewis, Michelle Pfeiffer, Winona Ryder, Richard E. Grant

23 opinaram | apimente também!:

Gabriel Neves disse...

"Martin Scorsese mostra como é doloroso amar, pois seus amantes são predestinados ao sofrimento", seu texto me conquistou nesse ponto, já está na minha lista. Não conhecia A Época da Inocência, mas pelo diretor e pelo elenco, já vejo que eu preciso corrigir esse erro.

renatocinema disse...

Scorsese é gênio. Quando mostra a violência é the best.

Ao mostrar o lado feminino e sua sensualidade me comprovou poder usar o adjetivo de gênio.

Amar é doloroso......muitas vezes.

O trio principal tem atuação de destaque.

Assino embaixo: trabalho apurado e poético.

Filme que tenho em minha coleção, em destaque e com carinho.

Reinaldo Glioche disse...

Ótimo texto. Embora seja considerado um filme menor dentro da filmografia de Scorsese, gosto muito de A época da inocência. Creio que esse desvio temático de Scorsese seja fruto do interesse do cineasta em desbravar a América em diversas frentes (Gangues de Nova Iorque, Caminhos perigosos, O aviador e Os bons companheiros são filmes complementares nesse sentido).
Agora, é preciso reconhecer que o Apimentário anda na vibe de filmes com forte ideário feminista. Esse clamor dos desejos veio bem a calhar...
Abs

Unknown disse...

Cris, belissimo texto, Epoca da Inocencia é um filme notavel mesmo. Como já disse uma vez, Scorcese quase sempre amostra suas mulheres como vagabas ou santas, nesse não é diferente e talvez o mais evidente, já que temos as duas personalidades femininas no contexto, quase num confronto. Abs

Mayara Bastos disse...

È o filme mais "feminino" do Scorsese, acho. Gosto tanto da técnica quanto da história, além da atuação do trio principal. Que saudades da Winona Ryder... rsrs.

Beijos! ;)

Fábio Henrique Carmo disse...

Vi esse filme na adolescência e não lembro de muita coisa! Preciso revê-lo, ainda mais depois desse seu ótimo texto! Sem falar que é um Scorsese...

Kuki Bertolini disse...

Um dos filmes mais lindos que já vi.Mas eu sou suspeita pra falar,né?Amo o Daniel!!!Ele ta simplesmente um estouro nesse filme,todo aquele ar misterioso e sedutor,um filme dramático e tenso,luxúria na medida certa.Realmente a tensão sexual do Daniel e da Michelle é latente,eu lembro que ficava em êxtase vendo os dois juntos.Lindo teu texto,Cris.Tu entende tão bem as emoções humanas,tenho uma profunda admiração pelo teu trabalho.Baita abraço!!! =D

Leonardo Alexander disse...

Martim Scorsese disse certa vez que este é o seu filme mais violento. O diretor dos sangrentos "Taxi Driver", "Os bons companheiros" e "O touro indomável", talvez estivesse fazendo uma provocação, mas, sem dúvida, não existe nada mais violento do que um amor que não pode se realizar.

Escrevi sobre o filme no Clube do Filme: http://clubedofilmeleleo.blogspot.com/2011/05/epoca-da-inocencia-1993.html

Parabéns pelo texto amigo!

Rodrigo Mendes disse...

Ótima análise Cris.
Esta fita é a única diferente dentro da obra de Scorsese, por isso, subestimada. Muitos esqueceram dela.
Provavelmente, creio eu, que "A Época Da Inocência" seja um filme que o diretor queria realizar a muito tempo. Querendo fazer o seu, digamos, "Barry Lyndon", e vestir os personagens a moda George Washington. Scorsese disse ser fã da também subestimada obra de Kubrick (mesmo que o seu filme seja séculos mais novo).

Michelle Pfeiffer e Day-Lewis, arrasam e Winona Ryder não deixa de ter uma participação ótima.
Amores impossíveis parece coisa de cinema, mas naquela época...

Abraços!

Anônimo disse...

Oi, Cristiano :) Eu estava aguardando esse post. Admiro demais o trabalho da Michelle Pfeiffer e preciso conferir esse tbm.
Sou apaixonada por tramas psicológicas. E quero assistir esse filme o qto antes!
Qdo você citou sobre a hipocrisia da sociedade, a vida de aparências e os sentimentos repreendidos, lembrei de "As Ligações Perigosas". Parece que ambos os filmes seguem uma linha parecida. Mais um motivo pra conferir.
Bjs ;)

Hugo disse...

Scorsese mostrou aqui que seu talento ia além dos filmes de gângsters e dos dramas urbanos.

Extremamente sensível, valorizado pela magnífica interpretação de Daniel Day Lewis.

Abraço

Ricardo Morgan disse...

Sou doido pra ver esse filme! Muita gente fala bem dele e, principalmente, você! hehe
Um abraço

Sandra Cristina de Carvalho disse...

Assisti a esse filme "A época da inocência" há muitos anos. Preciso revê-lo porque já esqueci muitos detalhes. Mas o que ficou em mim foi que adorei a sinopse!
Agora lendo seu magnífico texto, minha mente traz alguns momentos à tona...
Lutar contra o tradicionalismo é dificil em qualquer época. Mesmo em nossos dias, nós mulheres somos obrigadas a tomar atitudes contrárias às ditadas pela sociedade que nos impõem regras, castram nossos desejos, tolhem nossa exacerbação libidinal.
Em 1870, época focada pelo filme, o moralismo era para a mulher regido por características punitivas.
O homem mantinha a paixão sobre seu jugo. O domínio moral era imperativO. Cabia à mulher cumprir sua submissão total sem questionamentos e aquela que fugia aos padrões, que era à frente do seu tempo, era predestinada ao sofrimento em uma sociedade rigorosa, que estabelecia suas próprias leis.
Desde os primórdios dos tempos, o homem comportava-se como ser superior à mulher.As instituições religiosas o induziram a isso. Pregavam que a origem da má natureza feminina seria uma sensualidade desenfreada.O homem temendo essa 'possível' superioridade sexual das mulheres, optaram pela opressão contra as mesmas. Por isso as consequencias presenciamos até os dias atuais.
Filme com ótimo roteiro, direção, fotografia, figurino e atuações perfeitas.
Sua resenha me fez viajar um pouco ao longo da História. Você é um escritor nato, com senso analítico pertinente e com enfoque de muito realismo, Cris.
Bravo!

Ulisses disse...

Tempinho fazia que eu não passava aqui pelo blog para dar um conferis nas tuas críticas sobre os filmes. Dei de cara com esse do Scorsese, que não é dos meus diretores preferidos. Na verdade, ele está longe de ser. E nunca vi esse filme em questão, mas fiquei curioso, até porque um filme com o Daniel no elenco sempre merece uma atenção mais delicada. Verei! Ah, também não sei se tens entrado no meu blog, mas continuo lá, escrevendo as mesmas insanidades de sempre. Passe lá, dear!

Kamila disse...

Adoro esses livros que investigam os costumes e entram na rotina de determinados grupos... "A Era da Inocência" é um desses filmes e é filmado de uma maneira tão perfeita pelo Scorsese. Um lindo filme de época, com maravilhosas atuações.

Amanda Aouad disse...

Ótimo texto, Cris. Adoro esse filme, o trio de protagonistas Daniel Day-Lewis, Michelle Pfeiffer e Winona Ryder possuem uma química na dose certa. Martin Scorsese é mesmo genial.

bjs

Natalia Xavier disse...

Não conhecia esse filme. Aliás, tb não sabia que Daniel Day Lewis e Winona Ryder atuaram juntos em algum outro filme. Recentemente revi As Bruxas de Salem e fiquei impressionado com a quimica de ambos (mesmo que nesse, ele odiava ela, rs).

Bjo!

ANTONIO NAHUD disse...

Um filme sofisticado e sensível. O Scorsese estava possuído por Max Ophuls. Só não gosto da Michelle Pfeiffer.

O Falcão Maltês

Manuela disse...

Este filme é inesquecível. Já o vi há muito tempo, mas é daqueles que ficam para sempre na memória. Para além de estar muito bem realizado, tem uma história fabulosa, com excelentes representações Um belo romance. Gostei muito da crítica. Parabéns.

Analista de sua própria vida disse...

Por mais que se tenha criado a poesia, o amor é bruto, não é? Como narrá-lo tirando o lirismo necessário dele? Scorsese talvez aponte um caminho.
Abraços.

Adecio Moreira Jr. disse...

Filme antiguíssimo. Lembro muito pouco dele, a não ser pela indicação de Winona Ryder. Mas Scorsese é sempre Scorsese...

Cristiano Contreiras disse...

GABRIEL NEVES: É um filme doloroso por algumas questões, mas o amor e desejo aqui prevalecem, assista o quanto antes. Belo trabalho de Scorsese!

RENATOCINEMA: Eu prefiro Scorsese com seus filmes mais violentos, mas, é um diretor perfeito em tudo que faz! Esse aqui é um belo filme sensível de sua carreira!

REINALDO GLIOCHE: Filme subestimado, inclusive considero "Gangues de Nova York" outro filmaço e muitos criticam. É verdade, ultimamente tenho priorizado filmes que trazem uma forte temática feminista, rs! Abraço

CELO SILVA: Obrigado! É um filme lindo, é um dos meus prediletos, faz parte da cabeceira, rs!

MAYARA BASTOS: Eu gosto muito da maneira como Scorsese aqui aborda os sentidos femininos, é um filme que mostra bem como era ser mulher num tempo onde existia privações ou repressões. Saudades das boas atuações da Winona Ryder também, beijo!

FÁBIO HENRIQUE CARMO: Adoraria que visse o filme, novamente. Assim, quem sabe, leio seu texto? É uma obra incrível! Reveja, sim!

KUKI BERTOLINI: Amiga, eu aprecio muito do Daniel Day-Lewis, você sabe! E é um filme bem sedutor mesmo, concordo com o que disse, ele está num misto de sedutor e romântico, muito cativante. E obrigado pelas palavras, sério mesmo! Um beijo!

LEONARDO ALEXANDER: O que não seria do amor, né? E nada mais violento que isso: estar, ardentemente, apaixonado! É um filme provocador! Abraço!

RODRIGO MENDES: Obrigado mesmo! Que bom que gostou do texto. Este projeto de Scorsese deveria ser mais apreciado, visto que ele mesmo teve dificuldades em conceber, além de todo cuidado técnico e na direção. É um filme importante, belíssimo. Atuações perfeitas do trio central! Um abraço!

ANA: Olhe, se possível, confira logo. É um dos melhores trabalhos interpretativos de Pfeiffer, atriz que admiro bastante! E, sim, sutilmente este filme até dialoga com certas questões de "Ligações Perigosas", por sinal já postei ele, depois leia nos meus arquivos, tá? Abraço!

HUGO: Gosto muito do filme e Day-Lewis é um ator sempre entregue aos seus personagens, admiro ele! Abs!

RICARDO MORGAN: Ah, pois veja logo, rs! Abs!

SANDRA CRISTINA: Seu comentário foi perfeito, muito bom mesmo e soube dialogar com meu texto. Obrigado pela visão crítica e social que colocou aqui, parabéns! Você sempre contribui comigo, sempre! Beijo!

ULISSES BORGES: Sumido, que bom que apareceu! Veja, acredito que vai refletir bastante com o filme, viu? Sério! Passarei lá pra olhar seu blog, um abraço!

KAMILA: Eu adoro também! E, de fato, este é um filme bem representativo! É filmado lindamente mesmo, concordo contigo! Beijo!

AMANDA AOUAD: Obrigado! Eu adoro também e acho a química de Pfeiffer com Day-Lewis um dos pontos altos! Marty é um mestre mesmo! Beijo!

NATALIA XAVIER: Procure, veja. O filme é muito bom, mas Ryder e Day-Lewis aqui pouco contracenam, eu prefiro os dois no "As Bruxas de Salém", por sinal tem a melhor atuação da carreira de Ryder! Sim, ela está assustadora ali, rs. Beijo!

ANTONIO NAHUD JÚNIOR: Isso mesmo, bem sofisticado, delicado, lindo! E eu adoro Pfeiffer, nesse principalmente, ótima atriz.

MANUELA: É verdade, um filme que me marcou, inesquecível mesmo. Reveja! E obrigado, de verdade, beijo!

THOMAZ RIBEIRO: Amar é algo, sempre, bruto - ainda que lúdico ou, por vezes, até um elemento surreal. Na verdade, o amor é algo real e surreal, é o misto que gera o tal senso "lúdico" ou mesmo a representação lírica. E Scorsese sabe mostrar isso muito bem. Belo filme. Abs!

ADECIO MOREIRA JR.: Nem acho assim antigo, rs! Depende do ponto de vista. Procure o filme, todo cinéfilo deve sentí-lo. Um abraço!

Marcos Eduardo Nascimento disse...

Quando assisti esse filme, a cena que me chamou a atencao, eh aquela em que Wynona conta que estah gravida e o diretor filmou apenas a cauda do vestido saindo do quarto, fazendo uma alusao ao rabo da serpente. Perfeita!!!! o elenco primoroso, fotografia, o guarda-roupa, entao, eh fantastico! A cena em que Daniel reconhece que o amor que ele sentia por Michele eh como se fosse alguem admirando um quadro. um amor idealizado, eh tocante demais. O reflexo em seu rosto, como quando pela primeira vez, ele a viu, enquanto um barco passava ao fundo. A cena final em Paris. Tudo, tudo eh lindo neste filme. Uma verdadeira obra-prima do cinema.

Parabens pelo texto, Cris. Beijos. Quando puder, passe pelo Olhar. Saudades mega blaster.

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