O que te apetece?

O que é o feio? Por que o feio é feio? Qual conceito disso? Por que o feio nos aterroriza? E por que também nos fascina? Ou será o misto de tudo? O célebre autor e intelectual italiano Umberto Eco investiga a feiúra e o fascínio exercido pelo feio no imperdível livro ilustrado História da Feiúra. O volume oferece um painel extenso e surpreendente daquilo que foi considerado feio pelo homem, durante a história conhecida do mundo ocidental. Rostos horrorosos, narizes enormes, verrugas, pele flácida, membros gordos e centenas de outras imagens poderosas retratam o grotesco, o feio, o cruel e o demoníaco. Depois de registrar, em História da Beleza, o curso do belo na civilização ocidental, Umberto Eco se volta agora, contrapondo-se, para a feiúra e nos faz refletir: se beleza ou feiúra estão nos olhos de quem vê, também é certo lembrar que esse olhar é influenciado pelos padrões culturais de quem observa. O conceito do feio não é apenas a negação do belo, mas implica outras categorias. O autor demonstra, com numerosos exemplos extraídos das artes plásticas e da literatura, a absoluta relatividade do conceito de feiúra, através dos tempos, da antiguidade clássica aos dias atuais, passando pela Idade Média e pelo Renascimento. O que é beleza social, humana e íntima? O livro destrói o conceito do padrão: a feiúra é o oposto da beleza? Afinal, o que é cada um? Tudo é relativo. Tanto o belo quanto o feio, seguem juntos por um caminho igual, tal detalhe pode soar estranho, mas em seu livro o autor esclarece que feio nos séculos passados eram manifestações mais belas do que nós pensamos hoje em dia. Seguindo uma linearidade, Humberto flui por um caminho entre sonhos horríveis, terrores e paixões velhas, em que a rejeição do “feio” passa por gestos de compaixão e amor. O livro nos convida a entender a deformidade, a feiúra. E através de parábolas, Eco conta sua história, sempre lembrando que espetáculos horríveis são, na verdade, de crianças que morrem de fome a corpos mutilados em guerras étnicas. Por que a arte insiste em apresentar o feio? A relação entre sexo e feiúra é outro dos eixos do livro, muito bem argumentado e recomendável.

33 opinaram | apimente também!:

adelmo Camilo disse...

Obrigado pela visita, por "ouvir" meu resmungo. Tbm gostei muito do seu espaço. E agora tive o prazer de apimentar ester poster sendo o 1º. bom dia. Sucesso!

Anônimo disse...

Curti a proposta do livro...Pra n vaariar!

Só que curto ainda mais vc, bê!

E vc sabe, né?

=*

Paulo Alt disse...

cris, mais uma vez com o seu texto q flui e estético, tah de parabéns amigo, pq me fez parar pra ler sobre algo que talvez em alguma livraria eu não pararia mto. legal essa sua visão sobre o livro, gostei do jeito das parábolas ir intercalando o q ele ker dizer. e ilustrado ainda, a edição tb deve ser mto boa não? vc tem ele ai?
abraçoooo

Rodrigo Mendes disse...

O feio distorce a verdadeira beleza.Eu acho!

Abs!

Cris vc só melhora e tem um filme sobre o Umberto Eco (ele falava que o Universo é uno e infinito..etc..)

Mero disse...

otima recomendaçao sem duvida algo novo, e smepre bom rver nossos conceitos .

Marcelo Mayer disse...

o feio é relativo quando se há um clero por trás. recomendo tb a todos os leitores deste blog e a vc, a lerem " a divina comédia", de Dante. fica ai a dica.

abraços

Thiago Luz disse...

Gosto da forma como escreve e, principalmente, sobre o que escreve. Saudações literárias!

Luis Fabiano Teixeira disse...

O feio só é feio porque soube-se o belo como belo, uma questão de oposto mesmo. Mesmo esteticamente é muito arriscado limitar, porque cada um vai ter a sua visão de beleza e feiúra, sempre vai ser algo que vai depender mais das nossas experiências pessoais, visão de mundo, etc. O texto do Umberto Eco é ótimo, esse livro vem completar, sem dúvida, "A História da Beleza". E o feio, grotesco, horrendo, enfim, faz parte do imaginário também, né? Desde a Bíblia com inúmeras passagens de leprosos, as estórias infantis até a literatura, "A Divina Comédia" de Dante, como já foi citado, Quasímodo (quem não se lembra?) e o personagem que pra mim é o mais belo sendo feio de todos, Macabéa. Isso sem contar nos filmes e ficaríamos horas aqui só elencando um por um. É isso, vamos ler! Ótima dica. Abraço, amigo.

Cintia Carvalho disse...

Oi meu jovem!

Belo texto. Eu adorei e aqui vc fala de um ótimo escritor Umberto Eco. Tive oportunidade de ler os dois livros na época que estava na faculdade. São ótimos e retratam a beleza e a feiura de formas bem interessantes. Realmente vc para pra pensar sobre essa questão. Muito bom.
Li seu texto de ontem sobre o filme "o expresso da meia noite" e ficou muito bom Cris.
Vc acredita que na semana passada, conversando com meu compadre lembramos deste filme e comentamos sobre ele.

Há muitos anos o vi na sessão de gala da Rede Globo e gostaria de reve-lo. A história é ótima e muito bem dirigida pelo Alan Parker. Inclusive, o filme ganhou na época o oscar de melhor roteiro adaptado em 1979.
Ótimas escolhas.
Um abraço.

Bruno r. disse...

é vc mesmo que escreve isso tudo? oõ se for pode ter certeza: é fascinante e surpreendente!
meu blog ta palha ainda, mas obrigado por ter gostado! vou fazer umas postagens novas hj! *-* ja sou seu seguidor!

Anônimo disse...

Deixou-me com curiosidade!

rafael geremias disse...

Chego a ponto de não acreditar em beleza ou feiúra, troco estes termos por prazer e/ou desprazer. Só entendo de estética subjetivamente.


Abraaço

Raaafa


P.s.: Estou louco para ler este livro, mas ainda nao chegou na faculdade e o pior, ja cursei até a cadeira de história e estética da arte ;(

Gema disse...

Parece-me um livro extremamente interessante, que tenho que ler ;)
Feio é relativo, pois o que para uns é sinónimo de feio, para outros não é.
Bjs

P.S. - Prometo que até ao fim da semana tens o teu blog nos links ;)

Abraão Vitoriano disse...

"O que é beleza social, humana e íntima?"

ual!
quero este livro.

na verdade, o feio e o bonito são convenções, não a fita métrica que justifique... e o poior é que não bonito fisicamente nos filmes e novelas ficam com a pior parte: assutar, ou representantes do inferno...

um beijo,
e saudades de você no meu espaço...

estou de volta*

menino-homem.

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

Já li e sua postagem é perfeita ...

faço minhas as palavras do Rafael Costa ... perfeita a observação dele ...

"Chego a ponto de não acreditar em beleza ou feiúra, troco estes termos por prazer e/ou desprazer. Só entendo de estética subjetivamente."

bjux

;-)

Lorena Morais disse...

Destalhes novos... hum

João Paulo da Silva disse...

ola cristiano

primeiro obrigado pelos elogios. que bom que gostou do blog. tb andei lendo o seu agora e tb me agradou bastante. vamos manter contato. sempre q puder apareça lá. forte abraço

João Paulo da Silva disse...

ola cristiano

primeiro obrigado pelos elogios. que bom que gostou do blog. tb andei lendo o seu agora e tb me agradou bastante. vamos manter contato. sempre q puder apareça lá. forte abraço

Thales Capitani disse...

Apesar de fazer sociais, eu sempre me apóio no Eco quando possível! Rss
Ele veio num seminário da USP este ano e eu não pude vê-lo! História da beleza eu ganhei, só me falta ler agora este, olha você já influenciando minhas próximas visitas à livraria! rss

Hugo disse...

Quem tem a capacidade de escrever sobre algo e fazer o leitor pensar a fundo sobre o assunto, merece ser elogiado.

Umberto Eco já escreveu o grande "O Nome da Rosa" e esta análise sobre beleza e feiúra é algo que todos devemos pensar, principalmente no mundo atual onde as aparências são mais importantes que o conteúdo.

Abraço

Andréa Mota disse...

Olha que bacana.
Recentemente, aqui em Belém, esta em cartaz um espetaculo chamado tãobonitodetãofeio. O processo representa as várias nuances que o tema corpo, deformafidade, beleza e feiura engrendram na sociedade. Um dos alicerces teóricos que os caras usaram foi o tal do Eco. =) Muito bom.

Faz tempo que já não vejo as coisas pelo prisma das antinomias, pelos contrários. O que me apetece não se fiam mais nos estereotipos, mas pelo que me causa torpor, sensação. Logicamente, não estou isenta dos tentáculos da tipologia. A vida é um constante dilema, não?

=)

Éverton Vidal Azevedo disse...

Caro Cristiano, me perdoe a falta. Vou corrigir isso. No momento ando um pouco aperriado aqui, mas espere e me verás por aqui.
Abraço.

# Poetíssima Prida disse...

Nossa, gostei da dica, parabéns!
Estou acostumada com Eco, preciso ver isso!
Abraços!

Caique Gonçalves disse...

Ótima dica! Estou tão imerso na minha leitura atual e com tantos livros já comprados na estante me esperando que deve demorar um pouquinho para eu conferir este.

Marcelo Augusto disse...

Sou o vigesimo quinto comentando aqui, mas ás 22:50, antes do meia noite, como prometi, rs!

O livro me parece uma obra timidamente polêmica e pontua talvez o grande paradigma da humanidade: a estereopação através de definições ambiguos demais.

ótima resenha, bem escrita e com corpo!

Abraços!

Wilson Brito disse...

Muito boa a indicação, um autor já clássico com O nome da rosa e O pêndulo de Foucault, esse deve ser outro livro dele que vale a pena dar uma parada pra ler, até pela situação hoje de ostentação da aparencia em detrimento de outros valores fundamentais.

Obrigado pela indicação, assim como pelo comentário em meu blog.

Já seguidor seu, abraço!

ERICK MOURA disse...

ainda nao li esse livro, mas fiquei muito afim de ler, realmente aparenta ser um livro bom, e ainda fala sobre um assunto muito bom de debater O BELO E O FEIO.
parabens pelo texto

ERICK MOURA

Casa disse...

E é por isso que "o belo só tem uma forma, e o grotesco tem inúmeras".

O belo e o grotesco.

Hasta.

Thyanna disse...

Definir o que é belo ou feio, é uma das tarefas mais dificeis que se tem, primeiro porque esses conceitos não dependem apenas da mentalidade de quem os observa, mas da cultura da época ou do período observado. E depois mesmo com todas essas variáveis, entra a conciência, de observar muito além dos padrões vigente.
No mais, ótimo texto.

Abraços.

T1460 disse...

O tema parece ser muito bem tratado no livro, mas não o li!

Flavio Dutra disse...

Rapaz!To gostando desse blog... você discorre com maestria, sua leitura agrada e prende a atenção do leitor. Vou voltar aqui sempre.Parabéns.

Duda Falcão disse...

Olá, Cristiano!
Obrigado pela visita ao Museu do Terror. Sou fã do Humberto eco, gosto tanto dos seus romances quanto dos trabalhos acadêmicos. Ele é ao mesmo tempo um grande pesquisador e um grande escritor!
Um grande abraço!

Rita Contreiras disse...

Interessei-me em ler. Sempre briguei com esse conceito padronizado e sempre achei que há uma leitura interna a se fazer de tudo que nos revela diferente, disforme...há uma mensagem impressa no corpo, além do próprio corpo. Não nos damos conta tb, do quanto somos influenciados pela mídia para tecermos os nossos conceitos e padrões.

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