O livro O Caderno Rosa de Lory Lamb, de Hilda Hilst, é altamente chocante e provocativo. Condenada na época do lançamento do livro, a escritora foi criticada de obscena. Mas, afinal, qual conceito de pornográfico? O livro é luxúria no maior ápice possível, totalmente erótico e a polêmica consiste da personagem principal-narradora: uma menina pornógrafa de apenas 8 anos de idade. A polêmica cruel é justamente esta premissa: a garotinha, Lore, é altamente pervertida, narra suas experiências sexuais com diversos homens - com consentimento dos pais. Seus relatos são escritos num caderno cor-de-rosa, onde prevalece seus depoimentos das aventuras sexuais e onde ela descreve sua vida permeada de zoofilia, sadomasoquismo e fantasias com os seus parceiros - as práticas são com homens que, segundo a menina, pagam por prazer. O livro escandaliza com o contexto da sexualidade ilimitada. Seria um incentivo à pedofilia? A autora recebeu críticas e protestos inflamados por parte dos leitores e até de religiosos, não foi a toa: a ideia de uma criança praticando sexo libertário com homens e, pior, empresariada pelos pais é algo questionador. Estaria a autora profando uma questão profunda, prostituição infantil, em algo irônico? Certamente Hilda Hilst derruba fronteiras do bem e mal, do certo e errado. Sua literatura sexualizada provoca uma catarse reflexiva alucinante, o leitor fica atônito, totalmente estupefato com o que vivencia na leitura. O livro é cru por ser ferino, depravado e transviado. Incomoda e pode até alarmar quem estiver despreparado, há situações embaraçosas. A obra é recheada de ilustrações com traços detalhados, criativos e ousados de Millor Fernandes. A personagem é a personificação da promiscuidade? Ela reproduz próprios fetiches humanos e as próprias doenças sexuais, sem pudores e tabus. Qual conceito do obsceno? A realidade é desvendada com as peripécias sexuais da personagem?
Há uma hora
31 opinaram | apimente também!:
Hum...no mínimo polêmico.
Obrigada pela nova visita e pela gentileza. Estou seguindo, já não me perdes mais de vista, e vice-versa. ;)
=*
opa, obrigado pela visita lá no meu canto, volte sempre! Legal aqui seu blog tb falando sobre cultura, voltarei! Abraço, saudações musicais...
APS
Ótima postagem!
Adorei a iniciativa de criar um blog para tratar desse assunto!
Muito obrigado por visitar o meu blog! Estou seguindo o eu! =]
Um abraço!
O contexto da sexualidade ilimitada está bastante interessante...
Abraço
http://nekascw.blogspot.com/
Novos seguidores? hahaha
Mais um excelente post do estilo apimentário e tá de parabéns cris. Vc fala sobre quase tudo com classe, com substância e acima de tudo respeito.
Curioso você postar o nome dessa escritora, vi recentemente e tento me lembrar onde mas não consigo. Na minha opinião não se pode julgar um livro sem lê-lo antes, então não tenho como dizer nada. Só que no mínimo é muito interessante. Inclusive fiquei curioso pelas ilustrações. Você tem ele? Se ela é a personificação de tudo que você disse eu já não sei... mas quanto ao conceito do obsceno... hum... fica a pergunta. Genial.
Abraço meu Amigo.
até ai, bocaje deveria ser preso por pornografia. e não, é sensual. li este livro e não vi nada que perfurasse meus conceitos. além de muito bem estruturada
Já li esse livro. Me lembro que o que me motivou a lê-lo foi o codinome adotado por uma colega: nomeou-se Lory Lamb.
A leitura, no entanto, foi uma experiência bastante chata. Não vi nada muito positivo no livro e não me refiro à sexualidade deflorada da garota de oito anos.
Achei só mais uma obra, feito sem nenhum outro intuito a não ser causar polêmica. E apenas "polêmica" não torna uma obra interessante.
Vale ressaltar que o final estraga toda a pequena parte positiva do livro. Decididamente, não gosto de narrativas fantasiosas.
Acho que a questão não é exatamente sobre o conceito de pornográfico. Acho que é "até que ponto um escritor pode jogar a realidade na cara do leitor?". A narrativa pode até ser fantasiosa, mas quantas histórias não são tão sórdidas como está? O que se encontra no mundo não chega a ser tão diferente disso, isso é o mais chocante. Quanto a leitura ela é deliciosamente erótica e prazerosa, não sejamos hipócritas.
Confesso que quando inicie a leitura do livro fiquei extasiada com tamanha ousadia da autora!
A garotinha narradora descreve as atos sexuais num misto de inocência e ousadia nunca visto por mim antes.
Tem que ter muita coragem para lê-lo. E essa coragem não é para muitos.
Apesar de eu ter me assustado e ficado de boa aberta a cada relato, confesso que o livro instiga à curiosidade... Portanto pretendo continuar a lê-lo.
Leu bem, Cris?
Beijos
Nossa! E eu achando que "A casa dos Budas ditosos" e "Cem escovadas antes de ir para cama" eram "grande coisa" (gosto dos dois), mas tô vendo que perto desse os outros são bem leves eheeheheh
Eu nem sei se fiquei curiosa ou assustada kkkkkk
bjuuw
Ótimo blog, meu caro.
Saudações
Muiiito bom seu blog...
Gostei!
Tornei-me seguidora
Ácido-irônico, culturalmente venenoso. Tem tendências ao sentimentalismo romântico, típico passional maldito. Escreve pra vomitar os pensamentos.
Boa descrição :) eu ri ;~
Oi Cristiano, obrigada pela visita ao "Filmes que Vejo". Seu blog é muito bom, gostei bastante dele. Parabéns por tudo! Inclusive pelos temas abordados.
ótima sugestão! não conhecia este livro, mas pela temática e pela composição que mostra ter,deve ser lido!
Acho digno de mperito tais autores que se propõem a explorar este tema, tão popularizado, mas que ainda precisa ser mais ruminado.
O blog é ótimo, já o sigo!
abraços!
Boa semana :)
Abraço........Norberto
Apesar de me considerar um cara de mente aberta, tentando me livrar de qualquer preconceito, há, sem duvidas, temas que são tabus mesmo, e levantar opiniões ao léu, poderia ser leviano da minha parte.
Mas com certeza o importante é conversar, debater sobre tudo isso que nos tensiona.
A luz, o que for do bem fica e se desmistifica, e o que for do mal a gente franze a testa e se for preciso luta contra.
Abração!
Cris,
parabéns pelos já 500 seguidores e feliz niver again, rs!
Belo texto sobre este livro da Hilda, de fato cada frase que li que disseste me pareceu polêmico e discursivo.
Preciso achar e lê-lo
EiO na sebo, rs!
Abs!
bela resenha, man. degustação em alto nível.
obrigado pela visita lá no 100 fdmts.
abraço.
até.
Adoro livros polêmicos ^^
Para o mundo das LETRAS não deve haver limites. Quem não gostar, que não leia... oras!
Obrigada por ter visitado meu blog ^^
volte sempre!!!
Cada vez que eu venho aqui, o numero de seguidores está consideravelmente maior. Qual é o seu segredo?(rsrs)
Quanto ao livro, confesso que não conhecia. Mas acho que (se há)a vontade de elaborar qualquer comentário sobre sexualidade moderna, pedolfilia e outras coisas, é totalmente diluída na e pela forma.
Mas é instigante. Provavelmente estética, seja tudo que esse livro tem a oferecer!
Abs
Acho a Hilda incrível. Seu blog é
"cheio" de cultura, muito interessante. Tem para todos os gostos.
E obrigada pelo gentil comentário em meu blog.
Beijos.
Ahhh... Essa história de sexualidade infantil e censura na literatura já vem desde lá, da Chapeuzinho Vermelho e o Lobo-Mau
Muito bom. Grande abraço.
Não acredito em "literatura obscena", acredito em literatura. Provocar é um belo ingrediente. Abração e parabéns pelo post.
já li algumas coisas delas mas nunca nem tinha imaginado ela escrevendo algo meuio pornografico, alias , pornografia na literatura é lovavel, sade,Anaïs Nin, D. H. Lawrence e por ae vai... otmos otmos! vou sair deste blog cheia de dicas o/
Que bom encontrar aqui Lory Lamb* Livro ainda hoje polêmico. Difícil lidar com conceitos como obsceno, pornográfico ou sensual. Os rotulados desvios. O que é "normal"?
Humanos são imperfeitos, ambíguos, lelés, normais, lúcidos, embirrados, controlados.
Humanos são lindos, amam. Toda forma de Amor é legítima.
Admiro Hilda Hilst desde os tempos do Ono.
Hoje, fui comentar num Blog de uma amigo que escreve sobre sexo de forma admirável e o que vi me deixou pasmada.
Como já temos a mesma estrada, ele possui outros Blogs; um deles chamado "apenas eu", assim como eu tenho "Eu e daí?. E deu uma resposta pra lá de bem-humorada.
Só dois comentários. Duas lúdicas e lúcidas (o eu e daí e outro eu).
Maravilhosas apreciações as suas* Volto sempre.
Beijos,
Renata
Muito bom texto sobre esta obra da Hilda Hilst que foi responsável pelo nariz torcido de muito crítico literário em relação à obra da autora, o que evidencia que muito crítico precisa estudar mais sobre Literatura com l maiúsculo...
Hilda Hilst ainda é literatura marginal para muitos...adoro seu estilo! Vistarei sempre para ver as novidades do blog. E obrigada pela visita!
Adoro Hilda Hiltz... Tem ótimas coisas no seu blog, estou seguindo!
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