Amor além da vida?

"O amor verdadeiro levamos conosco". O recurso do melodrama de um clássico pode ser o amor? Pois, inegavelmente, o filme Ghost - do outro lado da vida tem em seu roteiro simplista, não menos sincero e fortemente verdadeiro, uma apaixonante história de amor - sendo ela básica, por vezes clichenta ou mesmo singela. É um filme que não perde a força, talvez por ser tão convenientemente apaixonante: é impossível se distanciar da relação quase lúdica de Sam Wheat e Molly Jensen - talvez, um dos imortais casais da história do cinema contemporâneo. Por que não já cult? Afinal, a artimanha do mainstream pode resultar num sinônimo de culto mundial - eis que o filme é uma mistura expressiva de melodrama, argumentos espirituais (afinal a trama foca na relação conturbada do amor desfeito de um homem que perde a vida e, em espírito, tenta amparar a amada de todos os riscos) e alívio cômico por parte de uma inspirada Whoopi Goldberg, aqui Oscarizada por desenvolver a divertida médium trambiqueira que serve como forte apoio ao roteiro de Bruce Joel Rubin. Incondicionalmente, Patrick Swayze e Demi Moore desenvolveram um casal repleto de sintonia, verbalizando o típico casal em constante lua de mel, puro charme da paixão. Swayze personificou seu eterno apaixonado, um homem disposto a fidelizar seu sentimento por uma única mulher - na doença, na paixão, na morte. E, mesmo morto, seu personagem demonstra um amor veemente, intenso, sagaz e que jamais se apaga.

Tão romântico, tão espiritualista - foi o filme mais bem sucedido apresentando uma Doutrina Espírita, bem verdade que poucos elementos apresentados são de acordo com os valores do espiritismo, mas a verve interpretativa dos atores e a premissa evocativa do enredo conseguem ser satisfatório. Questões como imortalidade, alma, afinidade espiritual, a mediunidade e os efeitos físicos, dentre tantos outros aspectos concernentes ao Espiritismo foram retratados com evidência tangível. O amor sobrevive além das fronteiras da morte?

O roteiro, bem verdade, é uma contextualização sobre um relacionamento amoroso firmado no mais puro pacto da paixão desenfreada, destinada a quebra dos limites do plano terreno: alma-gêmea? É uma delícia dimensional e sem critérios se entregar ao fervor amoroso do casal, ao som de Unchained Melody de Righteous Brothers. Inabalável clássico sonoro representativo. A trilha sonora é composta com muita vocação de Maurice Jarre, combinando percussão eletrônica com orquestra apurada de violinos que desmede toda a passionalidade apaixonada que o filme exala. É nítido o quão um romance de pura química sexual, sensual e amoroso pode ser tratado com muito cuidado - a essência do filme é a de externar uma amarrada trama convincente de paixão. A emoção é essencial?

Decerto, há cenas memoráveis e, devido a massificação exagerada de reprises do filme na televisão e constante citações nesses 20 anos de existência concebem um status de ícone. Com seus defeitos ou não, Sam Wheat e Molly Jensen são personagens cicatrizantes, difícil não se afeiçoar. O casal é símbolo do amor-idealizado, do relacionamento ardente, da chama que jamais se apaga. E é gostoso este fascínio de o espectador poder ou almejar se identificar com o que vê e sente. O diretor Jerry Zucker conseguiu fazer seu único filme de maior bilheteria e também o mais expressivo no âmbito cinematográfico, visto que antes só realizava comédias. O amor prevalece, impecável, como maior e melhor argumento do filme - mas, a reflexão varia para cada um, já que é um exercício que vai mais além do que apenas entretenimento. Querendo ou não, já é um clássico indiscutível.

42 opinaram | apimente também!:

Arthur Alter L. disse...

Cristiano,
Faz tanto tempo que não passo aqui, estive longe do meu blog por um tempo, alguns contratempos...
E ao voltar me deparo com mais um post simplesmente elegante, preciso e acertado na concepção e abordagem desse clássico que está imortalizado no cinema, não só pelo todo do filme, mas pela temática. Vale a pena vê-lo e revê-lo e discutí-lo em várias oticas possíveis e necessárias.

No meio de quase 1000 seguidores, contar com sua presença em meu blog é quase um luxo, mas quando der apareça.
Um abraço

Luiz disse...

Gosto muito desse filme...Já assisti a esse clássico umas três vezes. Sua abordagem ficou extremente coerente com o que penso do filme. Abraços!!!

Tiago Britto disse...

antigo, antigo mas muito legal...

Hugo disse...

O filme é perfeito que no que se propõe porque apresenta um casal com um química incrível, cenas românticas e dramáticas muito bem criadas, além de participação de Whoopi Goldberg como contra ponto cômico.

Grande filme.

Abraço

leo disse...

que texto maravilhoso , de uns filmes mais bacanas,mais bregas e mais bonitinhos que já assisti , FODA , tanto o filme quando o texto !

Cristiano Contreiras disse...

ARTHUR ALTER L.: Obrigado pelas palavras! E, apesar de muitos seguidores, eu procuro visitar meus blogs amigos sim, viu? Abs!

LUIGI LOPES: Valeu, caro!

TIAGO BRITO: Antigo que é melhor, rs

HUGO: Concordo!

LEO: Obrigado, Leo! Nem acho assim brega, viu? rs

Mayara Bastos disse...

Gosto muito desse filme, virou até filme favorito daqui do pessoal de casa. rsrs.

Beijos! ;)

Marcio Melo disse...

Engraçado que no último episódio de Lost "Ab Aeterno", tem uma cena que lembrou na hora Ghost.

Grande clássico

Bruno Cunha disse...

Um dos melhores filmes de Swayze e como já sabemos que ele não vai fazer mais filmes, temos de nos contentar com os seus clássicos - Ghost e Disrty Dancing!

Abraço
Cinema as my World

Anônimo disse...

Cristiano

Você hoje se superou com sua abordagem de clássioco que já perdi a conta de quantas vezes assisti. Memorável.

Abs

! Marcelo Cândido ! disse...

Uma vez parei pra ver na Sessão da Tarde

Amazing
...

Mirella Machado disse...

Cris há quanto tempo... Pseei o FDS sem net :(

Eu gosto de Ghost apesar de achá-lo tbm um tanto "brega" e acredite o telecine já o passa em seu canal Cult de cinema, então pq realmente não o considerá-lo, mas acredite pra mim não é filme tão legal assim! Bjss

pepe disse...

Nunca vi o filme... mas gostava de assistir.

http://artmusicblog.blogspot.com/

Mirella Machado disse...

Cris há quanto tempo... Passei o FDS sem net :(

Eu gosto de Ghost apesar de achá-lo tbm um tanto "brega" e acredite o telecine já o passa em seu canal Cult de cinema, então pq realmente não o considerá-lo?! Mas acredite pra mim não é um filme tão legal assim, só gosto mesmo da Whoopi! Bjss

Casé Daniel disse...

"Descabeladamente romântico"
hehe

Amanda Aouad disse...

Ghost foi um marco em minha vida, chegou as telas no mesmo momento em que eu estava descobrindo a doutrina espírita. Ainda por cima, com um amor tão forte e uma atriz tão fantástica quanto Whoppi. Perdi as contas de quantas vezes vi e ainda posso rever...

bjs

Alan Raspante disse...

Gosto do filme, se bem que preciso reve-lo, já faz um tempo que eu assisti !
Bela Crítica ! xD

Jenson J, disse...

Toda sua tenção foi merecida, seus prêmios merecidos,Ghost é um romance imortalizado, um dos melhores da última década.

Luna Gandra disse...

Esse filme marcou muito.

Cleriton Pandini disse...

Muito bom, com certeza.

Parabéns! Te linkei no meu blog.

Abraço.

Cristiano Contreiras disse...

MAYRA BASTOS: É um filme marcante!

MARCIO MELO: Grande mesmo!

NEKAS: É verdade, triste realidade...e não me conformo, viu?

GILSON: Grato, Gilson!

MARCELO CÂNDIDO: Sensacional! rs

PEPE: Nunca viu ou já viu? rs

MIRELLA SANTOS: Sério? Que pena! :/

CASÉ DANIEL: Descabeladamente é pouco! hauaahauaha!

AMANDA AOUAD: É, um marco mesmo e eu sempre revejo!

ALAN RASPANTE: Reveja! rs

JENSON J.: Assino embaixo!

LUNA GANDRA#: Marcou a todos! rs

Rodrigo Mendes disse...

Nostalgia!

Sempre "Unchained Melody"dos The Righteous Brothers vem a minha mente quando penso em GHOST de vice e versa!

Gostei da sua crítica quanto ao roteiro. Um raro exemplo em que tudo se acerta. Existe uma alma neste filme que nao envelhece.

RIP Swayze..saudades!!!!
RIP para o nariz da DEMI MOORE, rs!

Ótimo, abs!

Paulo Alt disse...

Clichenta????? Ahh, não achei isso. Hey, tirando clichê, nunca vi essa forma antes o.0 rsrs

Cris,

Acho que além de toda a saga do cinema norte-americano e etc, e o palel grande que esse filme tem pra eles e pra nós também... marcou muito pelo Patrick Swayze. Quando a Demi Moore entrou na noite do Oscar e começou a tocar essa música e logo depois passou a homenagem aos que não estão mais aqui... me deixou triste. E acho sim que se assistisse mais uma vez me deixaria, ainda mais do que deixava antes de isso acontecer. Sei lá, mexe com as emoções da gente. As coisas que você disse são todas pura verdade. Cada momentinho do longa vai ser eterno, na comédia ou no drama.

Um dos poucos que mesmo sendo reprisado muitas vezes não perdeu "aquela" magia. Você sente isso também, não? Pq será? Não consigo encontrar outro que tenha o mesmo tom.

Eu diria que foi surpresa encontrar esse post aki kkkkkk mas é mentira pq eu já tinha clicado pra ver quando ele chegou pelo meu e-mail.

Abraçu meu Amigo
little contreiras kkkk ^^

Willian Lins disse...

Eu nunca conseguiria falar tão bem de um filme como você.
Você é mestre!

E quanto ao filme, é lindo, é tocante, é brega, mas sempre provoca a mesma sensação de amor incondicional.

abraço, chato!

Fernando Marcio disse...

nao sei se a palavra eh amor verdadeiro, mas sei que esse talvez seja um filme de romance que vai morrer comigo, assisti quando ainda crianca, e me recordo de todas as partes. claro sem falar na trilha sonora que terminou levando o nome do filme na cabeca de milhoes de pessoas. isso me deu vontade de assistir de novo! bjos me liga!

Clenio disse...

Oi, Cris

Sabe que não sou tão fã assim desse filme? Acho que tem qualidades indiscutíveis, como a trilha sonora do Maurice Jarre, a atuação irretocável da Whoopi Goldberg e a química de Swayze e Demi Moore. Mas a mistura de gêneros (drama, romance, comédia, policial) me incomoda um bastantão...
Não acho que tenha merecido o Oscar de roteiro original em um ano que "Green Card" concorria hehe, mas também não sou xiita a ponto de condenar os seus fãs.
Eu prefiro, particularmente, o filme "Além da eternidade", dirigido pelo Spielberg em 1989 que contava história semelhante mas que fracassou nas bilheterias (em parte porque Holly Hunter e Richard Dreyfuss, por melhores atores que sejam, não são bonitos como Patrick e Demi...).
Mas é um filme divertido, interessante e simpático, o que é bem mais do que se pode dizer de muitos outros...
Grande beijo, Clênio

Daniel disse...

Você questionou e respondeu ao mesmo tempo tudo sobre o que eu acho que poderia acrescentar aqui sobre esse filme.

A química entre esse casal é explosiva ajudando em muito o sucesso desse filme.

O assunto tratado também é interessante. Eu acredito na vida pós a morte, mas não sei se de lá podemos interferir no livre arbítrio de alguém aqui.

Daniel

X disse...

Meu clássico favoritoo!!
Histórias assim, desse tipo de abordagem me fascinam, outro ex (na minha singela opnião) é " A casa do lago", Amo!!!
Bjuus
Adorei voltar a ler seu Blog!!!

Serginho Tavares disse...

de fato
um clássico
e pensar que quase a molly ringwald e a meg ryan fizeram este filme...

joyce Pretah disse...

lindo clássico =]

toda vez que vejo,choro.

a química entre demi e patrick é mágica....


a trilha sonora...linda demaaaais,inesquecível^^


beeeijos cris,vc é impecável^^

Edimilton Santos disse...

perfeito!

JRonson disse...

Teu blog é sem duvida um fenomeno :b

Felipe Guimarães disse...

Eu amo a Whoopie e sempre quis ver este filme! Mas nunca consegui assisti-lo inteiro...
Cristiano, vc é de SP, nao? Se vc for, tenta assistir a peça O Despertar da Primavera (tme um post no meu blog e do Luciano). É praticamente uma peça feita pro Apimentário!

Luiz Henrique disse...

O que é que dá pra dizer de um classico? Ghost é irretocável, não só no aspecto cinematográfico, pois muito bem dirigido, escrito e atuado, como também por não conseguir mais pensar num filme de amor melhor do que esse. É, visualmente, uma das melhores coisas que o cinema já fez, pois a mistura de comédia/drama/romance nunca mais foi tão bem realizada. Nota 10!

Luis Galvão disse...

Tem alguns filmes que simplesmente nunca morrem, e Ghost é um bom exemplo disso. E mesmo com todos os 'clichês' (espíritas), ainda consegue comover muita gente.

Cristiano Contreiras disse...

RODRIGO MENDES: Pura nostalgia deliciosamente brega mesmo, Rô! Mas, amo este filme e assumo! rs

PAULO[ALT]: Eu acho que mesmo com clichês, é um filme marcante! Jamais nenhum ser humano esquecerá!

WILLIAN LINS: Obrigado, viu? Nem sou mestre nada, huahauhaua!

FERNANDO MARCIO: Concordo muito contigo, saudades, viu?

CLENIO: Ah, discordo muito contigo, rs!

DANIEL: Cara, nunca mais apareceu aqui! Grato pelos comentários!

CAROL: Sim, um filme que, pra todos, se fundamente como clássico inabalável! Delícia!

SERGINHO TAVARES: Ah, nem me fale! Há filmes que só foram filmes por causa do elenco bem escolhido!

JOYCE DOMINGOS: Obrigado!!!

JUNINHO SANTOS: Apoiado!

FELIPE GUIMARÃES: Nem sou de SP, sou de Salvador! rs Queria ver essa peça, pena que aqui a coisa anda complicada pra teatro...abs!

JRONSON: Nossa, que nada...mas, obrigado!

LUIZ HENRIQUE: É irretocável mesmo...abs!

LUIS GALVÃO: Comove até hoje! abs!

railer disse...

engraçado, falei no blog sobre os 500 dias com ela, filme muito recomendado e que foge do padrão de hollywood de comédias românticas.

ghost é muito bom, adoro. mas lendo seu texto a gente se pergunta: e se ele não tivesse morrido no auge da paixão? o mesmo vale pra romeu e julieta.

Wallace Andrioli Guedes disse...

Acho que eu precisava rever GHOST. Mas a lembrança que tenho do filme é justamente essa, de aum melodrama clichê mas irresistível.

Anônimo disse...

Com concordo, um CLÁSSICO. Um marco na história do cinema e das trilhas de cinema. Uma abordagem madura, bem contextualizada, e seu texto extremamente contundente com o filme!

=D

Anônimo disse...

Com concordo, um CLÁSSICO. Um marco na história do cinema e das trilhas de cinema. Uma abordagem madura, bem contextualizada, e seu texto extremamente contundente com o filme!

=D

Reinaldo Glioche disse...

Esses sim, um clássico indiscutível. Filme atemporal.
ABS

Luciano disse...

Gosto do filme principalmente pela Whoopi Goldberg, impagável. Suas cenas são as melhores. É verdade que é tudo bem clichê e meloso, mas é bem feitinho e gostoso de se assistir. Só não sou muito fã da divisão tão clara que o filme faz de bem e mal. Beeem tosco aqueles espíritos negros ou iluminados vindo buscar os vilões e os mocinhos, respectivamentes, não?

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Aperitivos deliciosos

CinePipocaCult Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos Le Matinée! Cinéfila por Natureza Tudo [é] Crítica Crítica Mecânica La Dolce Vita Cults e Antigos Cine Repórter Hollywoodiano Cinebulição Um Ano em 365 Filmes Confraria de Cinema Poses e Neuroses